quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

O que realmente importa


                                     

                         
Nessa época do ano, a gente começa a pensar no Natal e no Ano novo. É sempre um tempo pra gente refletir, se reorganizar, pensar e repensar na vida e nas nossas escolhas, objetivos e prioridades. Este (como todo ano que começa), pode ser  " O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas"(filme americano de 85 que tem uma música tema maravilhosa e fala sobre pessoas buscando sentidos e rumos na vida). Este ano, eu quero paz no meu coração. Mesmo que, daquilo que seu sei, nem tudo tenha me dado clareza, nem certeza... Eu sei que estar aqui, estudando na UFRGS com vocês é um privilégio. Tenho muito que comemorar. Eu perdi  muito mais que o meu medo da chuva, perdi o medo de expressar minhas ideias sobre a educação em que acredito. Eu que duvidei do Pead e de seus resultados, tive que me render... Tudo em mim agora é busca e inquietude. Porque quanto mais descubro, mais quero aprender. Me sinto como uma criança quando é feliz na escola. Em mim carrego a curiosidade, o espanto e o contentamento.      

domingo, 20 de dezembro de 2015

O Dia D


Finalmente chegou o dia D. Vendo a gente assim na foto, não dá para imaginar o que a gente passou para chegar até aqui. Só a gente sabe... "Só eu sei as esquinas por que passei. Percorri milhas e milhas de distância pra chegar até aqui." Este dia para mim, foi um dos mais atropelados deste ano. Eu queria que tudo saísse perfeito e tudo foi acontecendo às avessas, durante o dia inteiro. Mas eu consegui chegar e apresentei meu trabalho. Aprendi muito com todos os professores de "todas" as interdisciplinas. Aprendi com todos os tutores, até mesmo com os tutores fantasmas, vai aqui um agradecimento especial para a Paty (que nunca me deixou na mão) e para a Raquel (que revelou os segredos do PBworks). Aprendi com vocês colegas nesta noite. Aprendi muito sobre o tempo. Aprendi muito sobre perdas e ganhos. Aprendi muito sobre chegadas e partidas. Aprendi muito sobre mim. Aprendi muito sobre aprender. Sou grata à todos vocês por tudo que a gente compartilhou neste semestre. "Que a força esteja com vocês hoje e sempre."

https://www.youtube.com/watch?v=f9yc3RE2nhA
https://www.youtube.com/watch?v=jfwRNZG5D6E

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Preparando o Workshop


Tanta coisa pra dizer, tanta coisa que aprendi, tanto para pensar e refletir. Dentro de mim cabe o mundo. Cada vez mais acredito que a teoria pode e deve caminhar com a nossa prática. Estudar para fazer. Se a gente está aqui é porque acredita que o nosso estudo e o nosso trabalho podem fazer a diferença. Porque acredito que a educação tem o poder de fazer deste mundo uma porta aberta cheia de possibilidades. Eu continuo acreditando que a educação é o caminho que leva para todas as direções.

https://www.youtube.com/watch?v=WJryIAcbRRE

domingo, 13 de dezembro de 2015

Aprender, refletir e sintetizar


Meu pai, que era professor de História e técnico em educação da antiga FEBEM e atual Fase, tinha um dicionário enorme de capa preta. Todos os dias, nós," os três filhos de Saul ", não éramos obrigados a comer um ovo cru para aprendermos a cantar melhor, mas tínhamos uma tarefa diária, cobrada pelo professor Saul, depois da janta , no final do dia: Encontrar uma palavra desconhecida no dicionário e fazer dela uma palavra conhecida.  Sim... Embora pareça uma lenda urbana hoje, houve um tempo em que, o final do dia para as crianças era depois da janta. Foi assim que comecei fazendo minha síntese reflexiva de aprendizagens, procurando entender o que significa fazer uma síntese de aprendizagens. 
Sintetizar significa condensar, resumir, sumarizar, compendiar, juntar. Refletir significa pensar, cogitar, ponderar, raciocinar. Aprendizagem quer dizer, estudo, aprendizado, aquisição, conhecimento. Para fazer uma síntese de aprendizagens dos conteúdos de todas as interdisciplinas deste semestre, eu teria que refletir sobre tudo que aprendi no curso do Pedagogia a Distância até agora e resumir essa aprendizagem, de forma que esse conteúdo reunido retratasse a história dessa contrução. O trabalho deveria conter ainda relatos, questionamentos e vivências dessa aprendizagem no meu trabalho como educadora.
Pensei que não haveria café suficiente no mundo para me manter acordada, duvidei de mim e do que havia conseguido aprender, minhas ideias me abandonavam, o cansaço me dominava, o medo de não conseguir, o prazo apertado, as oito horas de trabalho na EMEI, que são na verdade, no mínimo nove, o vestibular do filho, a casa, minhas dúvidas sobre a forma e o formato do trabalho... O portal do envio fechado pontualmente, quando eu tentava enviar... Meu desespero enviando email para Deus e o mundo. Só depois de conseguir enviar meu trabalho pude relaxar. Relaxar significa repousar, abrandar, atenuar, moderar... 

http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/usar-dicionario-738934.shtml

sábado, 12 de dezembro de 2015

Retrato da Escola




No início, achei que seria muito fácil fazer o retrato da escola. Gosto de escrever, gosto de fotografar, gosto de observar... Tudo isso para mim é e sempre foi prazeroso. Mas sendo eu, uma criatura jurássica em tecnologia, não demorei muito para perceber que, entre o que eu pensava em escrever e publicar e o que o meu domínio da ferramenta me permitia fazer, existia uma distância sheakesperiana entre o céu e a terra. As primeiras noções, dadas na aula do Campus não foram suficientes para essa dinossaura que vos escreve, foi preciso uma tarde de sexta feira na Faced (entrando pela noite), com aula pratica exclusiva( por pura sorte), para que eu conseguisse desvendar os mistérios do PBworks. Devo dizer que não vou fingir falsa modéstia. Antes do cair da tarde, já estava ajudando uma colega mais aflita do que eu no "Código do PBworks".
Vencida esta etapa, tudo o que se disser sobre librianos , suas dúvidas e sua capacidade de decidir é pouco. Fiz e refiz as páginas deste trabalho sem nunca estar satisfeita. Alterei o tamanho das fotos, mudei o texto, troquei legendas, tamanho de letras, acrescentei páginas, inseri links, textos, páginas, mapas e vídeos com o propósito de retratar a escola aonde trabalho. Retratar para mim não é apenas registrar o que se vê num primeiro momento. Eu não queria retratar o óbvio. Eu queria que todos que vissem esse trabalho pudessem ver a EMEI TIO BARNABÉ através dos meus olhos.
Toda a escola tem suas mazelas. Nosso dia a dia na Emei Tio Barnabé não é exceção. Temos horários rígidos, temos limitações, temos exigencias a cumprir, conflitos entre colegas e com as famílias, tempos sem tempo... Às vezes, nossas intenções e propostas perdem terreno para o cansaço e para a decepção com o sistema, mas ainda assim, estamos tentando fazer uma escola diferente. Acredito que o nosso trabalho como educadoras pode fazer essa diferença. Em cada coisa que ensino e aprendo, eu percebo uma escola viva que respira e inspira mudanças. Foi essa escola que eu retratei aqui. É assim que eu vejo a escola.
Espero que eu tenha conseguido atingir meu objetivo e que os colegas, tutores, coordenadores e professores do PEAD consigam conhecer um pouco da EMEI TIO BARNABÉ, das nossas práticas diárias e da proposta de Educação Infantil em que acreditamos.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Manifesto dos Educadores do Séc XXI

Precisamos de todos e estamos todos juntos nessa luta para transformar a educação brasileira e por um sistema educacional justo que tire do papel a Lei  de Diretrizes e Bases da Educação.Acreditamos no poder transformador da escola e da comunidade escolar. Precisamos transformar a escola, para transformar a educação. Uma escola diferente é possível. Foi pensando assim, que nosso "grupo das quatro", composto por mim, pela Ângela Nunes,a Mara Barcellos e a Francyelle Fava, elaborou o Manifesto dos Educadores do Século XXI. Pensando numa escola cidadã, na pluralidade das infâncias, na formação continuada para os professores, no currículo subjetivo, numa escola baseada na afetividade e na participação de todos.                      

“É nisso que acreditamos, é com isso que sonhamos e é para isso que trabalhamos.”       

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

A Onda



ID X SUPEREGO

Todos os envolvidos na situação são forçados a negociar com valores morais e éticos. É como se os personagens do filme vivessem um eterno dilema entre o ID e o SUPEREGO. Mas nessa briga, o ID parece sair ganhando. Os valores de tolerância e respeito, em diversas situações vão sendo trocados por outros como a necessidade de aceitação, o orgulho, a superioridade do grupo, a violência física e mental. A consciência é uma qualidade da mente, que possibilita a subjetividade, o conhecimento de si mesmo, o saber, a compreensão e a capacidade de perceber a relação entre si e um ambiente. No filme, é como se os alunos perdessem essa capacidade de dosar as coisas. É como se o EGO perdesse seu medidor.

Transferência e Contratransferência

Um pai é autoridade, um professor também é autoridade. As crianças e os jovens buscam autoridade e precisam dela. No caso do filme, tanto a aluna Karo, que não tem nenhuma autoridade e limite dos pais, quanto seu namorado Marco, que é insatisfeito com a família e decepcionado com a mãe e seu colega Tim, ignorado e incompreendido em casa, transferem para o professor suas necessidades de carência e atenção. Os alunos precisam de um Norte e eles encontram no professor esse Norte. Mas é impressionante perceber como a autoridade de um professor pode se transformar rapidamente em autoritarismo, em desrespeito pela individualidade do aluno, em abuso de poder. Mais do que isso, o professor tomado de sua autoridade, transformada em autoritarismo, pode sentir a força de seu poder e começar a gostar disso. Foi o que aconteceu com o professor do filme. 
Rainer se sentia ressentido com os colegas, que tinham vindo de melhores universidades, enquanto ele se sentia discriminado por ter estudado em escolas públicas. Ao mesmo tempo em que Rainer se sentia inferior (complexo de inferioridade), diante dos colegas elitizados, ele experimentava um sentimento egocêntrico, de ser o professor preferido dos alunos da escola. Ele reage ao seu compexo de inferioridade forjando um ser superior aos colegas e até à sua mulher e faz isso, não apenas para ensinar, mas para mostrar que é melhor que o outro professor. Ele sabe que exerce poder sobre os alunos e contraditoriamente usa esse poder, sua capacidade de manipulação e seu carisma para fazer com que os alunos façam exatamente o que ele quer. O professor perde sua capacidade de racionalização e quando consegue voltar a si, já é tarde. O filme assusta mas provoca em nós uma profunda reflexão sobre a educação e o papel do professor.

Na transferência, os sentimentos (afetos e desafetos) do aluno em relação aos seus pais, são transferidos para o professor. E se pensarmos bem, fazer essa transferência faz muito sentido. A criança vive uma relação de dominação e submissão com os pais e, na escola, ela vive também uma relação semelhante. O professor é o que tudo sabe, tudo ensina, tudo decide. Essa transferência está ligada ao inconsciente da criança. A criança transfere para o professor as experiências primitivas vividas com os pais. Esses sentimentos podem funcionar como um entrave para o aprendizado. Contratransferência: É a reação do professor à transferência do aluno. O professor reage de forma inconsciente às atitudes do aluno e ele pode se identificar ou rejeitar o aluno, que também desperta nele lembranças, sentimentos, relações e emoções não resolvidas.

Desejo de saber: Surge a partir do momento em que a criança começa a perceber as diferenças sexuais. Esse é um momento decisivo para o desenvolvimento infantil e para a aquisição do saber. Isso porque a criança tem necessidade de definir seu lugar no mundo e essa definição começa com a sexualidade. a partir dessa curiosidade sexual a criança passa a buscar novos conhecimentos. A criança busca, antes de tudo, sua identidade.

"É difícil dizer se o que exerceu mais influência sobre nós e teve importância maior foi a nossa preocupação pelas ciências que nos foram ensinadas ou pelas possibilidades de nossos mestres." 

Com essa frase, Freud introduz a importância da relação professor aluno para o desempenho escolar. Para Freud, o aluno pode aprender ou não, dependendo do que o professor significa para ele. O professor será ouvido, se tiver para o aluno uma importância especial, ou seja, o mais importante para a aprendizagem, não está nos conteúdos, mas na relação que se estabelece entre o professor e o aluno.

https://www.youtube.com/watch?v=brnEKSEvtZg

domingo, 6 de dezembro de 2015

Brincar é um jeito de existir

                            Meninos Brincando (Portinari 1955)

Quando falo em infância, a primeira coisa que me vem à cabeça é o brincar. Ao mesmo tempo, se falo em brincar, lembro automaticamente da minha própria infância e das brincadeiras que dela fizeram parte. Pular sapata, jogar bolita, brincar de cabra cega, de subir em árvore, de pega pega, de carrinho de rolimã. Os amigos, as risadas, as conversas. Aprender a contar, a falar, a dialogar, a questionar, a descobrir, a pensar, a sonhar, a viver.  Meu pai fez um jardim secreto para mim e nele vivi meus melhores dias de princesa encantada e grandes aventuras naquela “Terra do Sempre.”
Brincar é um jeito de existir. Essa frase resume a importância do brincar. Brincar é uma linguagem da criança, sua forma maior de expressão. Quando a criança brinca, expressa sua possibilidade de estar no mundo. A criança descobre o mundo brincando: tocando nas coisas, ficando curiosa das coisas e sendo as coisas. O brincar faz a criança transitar entre o mundo da fantasia e o mundo concreto. O brincar é a porta para as potencialidades da inteligência, da criatividade, da flexibilidade e da capacidade do pensar. Tudo isso precisa da liberdade da infância e tem como ingrediente principal o brincar.
Falamos tanto no brincar, mas será que realmente sabemos qual a verdadeira função do brincar, o quanto é importante para a criança a função humanizadora do brincar? Se é através do brincar que a criança se expressa, mostra sua percepção do mundo e é capaz de transformar a realidade. Se é através do brincar que a criança se torna um sujeito capaz de transformar as relações, redefinir papéis, reinventar a fantasia e a realidade e se tornar alguém capaz de lidar com as diferenças, porque então diminuímos a importância do brincar na escola? Se a escola é na teoria, o espaço para o aprendizado, para o desenvolvimento, para a expressão do lúdico e para o brinquedo, porque estamos diminuindo o tempo e o espaço do brincar?
A filosofia do brincar tem que estar na proposta pedagógica da escola. Temos que compreender filosoficamente o que significa o brincar. Precisamos repensar o que chamamos de pedagógico. O que é isso exatamente. É preciso dar um passo à frente. Precisamos repensar teorias e ideias tão difundidas. É preciso transgredir, acrescentar, mudar, reformar. Exatamente como as crianças fazem. Precisamos ter paciência para observar e humildade para aprender com as crianças. Elas falam enquanto brincam. Falam com sua voz, seus gestos, seu corpo, suas expressões, suas diferenças, suas semelhanças, suas inquietações, desejos, alegrias e tristezas. O brincar é revelador, retrata a infância.
O brincar, o desenvolvimento, a aprendizagem e a cultura estão interligados. Brincar é construir e ampliar conhecimentos. O brincar nos ensina a ver o mundo com nossos olhos e através dos olhos dos outros. Mas para ver é preciso enxergar. A escola precisa ser um lugar vivo e atraente, que envolva o brincar, não apenas para nossos interesses de retorno de aprendizagem e de horários rígidos. A escola precisa reencontrar sua própria dimensão que é e deve ser a dimensão da infância.

https://www.youtube.com/watch?v=_lQWGDV81Vs

sábado, 5 de dezembro de 2015

Ainda há lugar para a infância?


A ideia de infância que veio com a chamada Modernidade, tem como geradores, a escola e a família, que junto com os saberes adquiridos até então, sobre a infância, elaborou o conjunto de procedimentos que estruturam a administração simbólica da infância. Esses procedimentos são as normas e prescrições que constrangem a vida da criança na sociedade como: horário de alimentação, tipo de alimentação, horário de descanso, horário de brincar, modelos de brincar, delimitações de lugares, o que a criança pode fazer ou não, a recusa ou aceitação da participação da criança na coletividade...A administração simbólica da infância estabeleceu um ofício de criança, que nada mais é do que aquilo que a sociedade exige e espera dela nesse seu ofício de “ser criança”.
A reinstitucionalização da segunda modernidade é marcada pelo rompimento dos direitos sociais e culturais causado pela globalização. Com o capitalismo vivendo uma nova fase de produção e a disputa neoliberal da economia, aumentaram as condições de desigualdade, trabalhos e trabalhadores foram desvalorizados, a degradação das condições de vida de muitos, a cultura da sociedade de consumo a segunda modernidade é marcada pela contradição da globalização, que deveria igualar e desiguala. Há ainda a escola, que homogeniza a infância, como se só houvesse uma única infância e a família que se desestrutura e se reconstrói com formas e tempos diferentes para a criança. Tudo isso influencia e interfere no viver da criança que por sua vez interfere e influencia tudo isso.
Sempre haverá lugar para a infância. A infância se reinventa e se recria todos os dias. Como educadora, assisto diariamente a esse renascimento. A infância não só existe, mas resiste. A criança cria sua própria forma de inteligibilidade, representação e simbolização do mundo. As crianças são protagonistas atuantes. Com sua autonomia elas resignificam o ofício de “ser criança”. Mas nós como educadores precisamos encontrar meios de resgatar e garantir os sentidos da infância em nossas práticas diárias, nosso planejamento, nossas formas de avaliação sobre a infância, nossa interação com a criança e suas culturas.

http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/161/artigo234827-1.asp

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Ser adulto e Sexualidade Infantil



A sexualidade infantil está mais próxima do “ser adulto” do que podemos imaginar. A forma como a criança vivencia e experiencializa sua sexualidade está ligada à conflitos e desejos internos que vão crescer com ela. Durante a fase anal , por exemplo,  a criança vivencia sentimentos intensos de amor e ódio em relação aos pais. É a fase em que a criança passa por um processo de maturação  e controle de esfíncteres, a criança vivencia isso com prazer e ambivalência. A zona anal é fonte de prazer para ela. Nessa fase, a criança se distancia da figura materna e percebe com mais clareza a existência do outro e do próprio corpo. Ao notar que após a evacuação, ela sente um grande alívio, a criança vê o cocô, como uma coisa boa e desperta para o prazer anal. Quando a criança consegue ter domínio voluntário da musculatura anal e percebe que consegue reter e liberar o cocô, está aberto o caminho para trocar a fralda pelo vaso sanitário. Poucos adultos percebem o quanto esse momento é importante sob o ponto de vista emocional. Para a criança, a privada pode representar um monstro que está engolindo o cocô.  Se essa passagem não for resolvida, a criança pode usar a produção de fezes, como uma arma para agredir os pais. Também é difícil evitar o contato da criança com o cocô e por isso, muitas vezes, a criança põe a mão em suas fezes. Os adultos não devem reprimir, nem demonstrar nojo ou debochar de algo com que a criança está, não apenas aprendendo a lidar, mas com o qual está ligada física e psicologicamente. Se os pais e adultos que lidam com a criança não a ajudarem a viver de forma natural essa fase, a criança pode se tornar um adulto problemático e obsessivo. Crianças que passam bem pela fase anal têm maior probabilidade de se tornarem adultos equilibrados. Crianças reprimidas sexualmente, podem se tornar adultos neuróticos, desconfiados, ansiosos, inseguros, pessimistas, agressivos, medrosos, com baixa auto-estima... A sexualidade infantil reprimida pode se tornar um obstáculo ao crescimento emocional. 

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

A Infância Como Fenômeno Social

                                

A Sociologia da Infância tem como objetivo compreender o mundo pela perspectiva da criança. As crianças são agentes sociais ativos e criativos e produzem suas próprias e exclusivas culturas infantis, ao mesmo tempo, contribuem para a produção da sociedade. A infância é uma construtora social, política e econômica e não apenas um agente passivo dessa construção. Sendo assim, a criança é mais que um ser social, é uma categoria social. Ela não apenas existe, mas atua no sistema como um todo. Para estudar a infância dessa forma, é preciso uma abordagem interdisciplinar do estudo da infância, para poder ampliar o conhecimento sobre as relações entre as crianças e seus pares, suas relações com os adultos, suas competências como protagonistas de suas vidas, como agentes sociais que transformam e modificam o mundo. Porque do ponto de vista da micropolítica, do espaço local onde se relacionam e vivem as crianças, elas não falam por elas mesmas. São os pais, os professores, as escolas, os médicos que falam sobre e pelas crianças. Do ponto de vista da macropolítica, as crianças não tem opinião política, não podem ser representadas, não são porta vozes de si mesmas. Ainda assim, a criança é um agente ativo e transformador. A compreensão da infância deve ser construída por ela e não apenas sobre ela. As nove teses elaboradas pelo pesquisador dinamarquês Jeans Qvortrup, trazem os elementos necessários para a compreensão das crianças como sujeitos sociais. Se as crianças são capazes de fazer mudanças no sistema em que vivem, isso significa que se a política,a economia e a sociedade influenciam a vida das crianças, elas também são capazes de interferir e influenciar nesse sistema. O nível macro e o nível micro estão ligados o tempo todo.O que a criança faz e experencia influencia o mundo e o que acontece no mundo tem influencia sobre o viver da criança. Seria bom que em nossas práticas tivéssimos isso em mente: A criança é um ser ativo da sociedade no mundo.

Conceber a infância como construção social ou categoria estrutural promove a ideia de que ela “é uma estrutura permanente em qualquer sociedade, mesmo que seus participantes sejam regularmente repostos” (QVORTRUP, 1991, p. 12)

http://revistaeducacao.com.br/textos/0/olhares-sobre-infanciaedicao-especial-da-revista-educacao-apresenta-pesquisas-dos-279748-1.asp