Chegando agora no momento de
conclusão do curso, não há como não lembrar de momentos importantes de
aprendizagens significativas que tivemos neste percurso do PEAD. Entre eles,
destaco a primeira aula da interdisciplina de Linguagem e Educação, mencionada
na postagem “Teorias da Linguagem”, de 18 de março de 2018. Nesta
publicação, descrevo dúvidas sobre as teorias da aquisição da linguagem, que
eram compartilhadas com quase todas as colegas do curso de Pedagogia.
Dúvidas que foram sendo esclarecidas ao longo
da interdisciplina, em significativas aulas presenciais, nas postagens de tarefas, onde compartilhamos nossas descobertas sobre o
assunto e principalmente pelos excelentes textos colocados à nossa disposição
para estudo. Entre eles, o artigo “Aquisição de Linguagem”, de Samanta
Demétrio da Silva, onde a autora faz uma revisão histórica e conceitual sobre
as teorias da aquisição da linguagem e suas contraposições.
São teorias que se contrapõem e
acabam por dialogar porque ainda que se antagonizem são complemento uma da
outra. De tal forma que ao finalizar a leitura podemos concluir com a autora,
que nem fatores inatos, nem fatores adquiridos parecem determinar, por si só, a
aquisição da linguagem: “A abrangência e a complexidade que envolvem a
aquisição da linguagem ultrapassa as especificidades e as simples definições de
teorias e conceitos”(SILVA, 2010).
Skinner autor da “Teoria do
Behaviorismo”, nos diz que a aprendizagem da linguagem acontece por condicionamento provocado pela imitação,
pelo estímulo, pelo reforço e pela resposta. A criança é um receptor passivo da
linguagem. Para ele, a linguagem é questão de aprendizagem.
Chomsky, autor da “Teoria do
Inatismo” confronta Skinner e afirma que a língua é propriedade inata do
cérebro. É desenvolvida por instinto e não aprendida. Desabrocha na criança
mesmo quando exposta a um ambiente precário. É uma teoria nativista, nós
nascemos com a capacidade de desenvolver a linguagem.
Para Piaget, autor da “Teoria do
Construtivismo”, o pensamento aparece antes da linguagem. A linguagem é dependente do desenvolvimento
cognitivo. A linguagem aparece com a fala. Depende de conhecimentos prévios e
dos estágios de desenvolvimento. A linguagem aparece quando a criança for
capacitada para tanto.
Enquanto Piaget privilegia os
estágios de desenvolvimento para capacitar a linguagem, Vygotsky nos diz que
pensamento e linguagem estão relacionados desde o nascimento. Para Vygotsky, a linguagem é um processo tanto
pessoal quanto social, sendo resultado da interação do sujeito com o ambiente e
o convívio, onde o significado é a chave deste processo. Pensamento e linguagem
estão relacionados desde o nascimento.
Vygostky questiona a “Teoria do
Mentalês Universal”, de Pinker, que acredita que a língua é fruto do pensamento
universal, não sendo apenas produto cultural, mas produto do instinto, onde são
importantes hereditariedade e meio ambiente.
A “Teoria da Psicologia Cognitiva”,
de Stemberg sobre o “Cognitivismo Construtivista,” vem para dizer que afinal, a
linguagem é fruto, tanto das capacidades inatas, como das adquiridas.
Mas é Wallon quem traz a
afetividade como elemento chave para a criança aprender e desenvolver a
linguagem e outras capacidades. Sua teoria é dialética pois entende que a
criança aprende por completo. A aprendizagem acontece como um todo: motora,
cognitiva e afetivamente. A emoção é a primeira linguagem da criança. O
movimento também é linguagem.
REFERÊNCIA:
SILVA, Samanta Demétrio da. Aquisição da Linguagem. WEBARTIGOS,
Porto Alegre, p. 01-12, 2010.
Nenhum comentário:
Postar um comentário