quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Teorias que confrontam e dialogam


         Chegando agora no momento de conclusão do curso, não há como não lembrar de momentos importantes de aprendizagens significativas que tivemos neste percurso do PEAD. Entre eles, destaco a primeira aula da interdisciplina de Linguagem e Educação, mencionada na postagem “Teorias da Linguagem”, de 18 de março de 2018. Nesta publicação, descrevo dúvidas sobre as teorias da aquisição da linguagem, que eram compartilhadas com quase todas as colegas do curso de Pedagogia.

       Dúvidas que foram sendo esclarecidas ao longo da interdisciplina, em significativas aulas presenciais, nas postagens de tarefas, onde compartilhamos nossas descobertas sobre o assunto e principalmente pelos excelentes textos colocados à nossa disposição para estudo. Entre eles, o artigo “Aquisição de Linguagem”, de Samanta Demétrio da Silva, onde a autora faz uma revisão histórica e conceitual sobre as teorias da aquisição da linguagem e suas contraposições.

         São teorias que se contrapõem e acabam por dialogar porque ainda que se antagonizem são complemento uma da outra. De tal forma que ao finalizar a leitura podemos concluir com a autora, que nem fatores inatos, nem fatores adquiridos parecem determinar, por si só, a aquisição da linguagem: “A abrangência e a complexidade que envolvem a aquisição da linguagem ultrapassa as especificidades e as simples definições de teorias e conceitos”(SILVA, 2010).

         Skinner autor da “Teoria do Behaviorismo”, nos diz que a aprendizagem da linguagem acontece  por condicionamento provocado pela imitação, pelo estímulo, pelo reforço e pela resposta. A criança é um receptor passivo da linguagem. Para ele, a linguagem é questão de aprendizagem.

      Chomsky, autor da “Teoria do Inatismo” confronta Skinner e afirma que a língua é propriedade inata do cérebro. É desenvolvida por instinto e não aprendida. Desabrocha na criança mesmo quando exposta a um ambiente precário. É uma teoria nativista, nós nascemos com a capacidade de desenvolver a linguagem.

      Para Piaget, autor da “Teoria do Construtivismo”, o pensamento aparece antes da linguagem.  A linguagem é dependente do desenvolvimento cognitivo. A linguagem aparece com a fala. Depende de conhecimentos prévios e dos estágios de desenvolvimento. A linguagem aparece quando a criança for capacitada para tanto.

       Enquanto Piaget privilegia os estágios de desenvolvimento para capacitar a linguagem, Vygotsky nos diz que pensamento e linguagem estão relacionados desde o nascimento. Para Vygotsky, a linguagem é um processo tanto pessoal quanto social, sendo resultado da interação do sujeito com o ambiente e o convívio, onde o significado é a chave deste processo. Pensamento e linguagem estão relacionados desde o nascimento.

    Vygostky questiona a “Teoria do Mentalês Universal”, de Pinker, que acredita que a língua é fruto do pensamento universal, não sendo apenas produto cultural, mas produto do instinto, onde são importantes hereditariedade e meio ambiente.

      A “Teoria da Psicologia Cognitiva”, de Stemberg sobre o “Cognitivismo Construtivista,” vem para dizer que afinal, a linguagem é fruto, tanto das capacidades inatas, como das adquiridas.

     Mas é Wallon quem traz a afetividade como elemento chave para a criança aprender e desenvolver a linguagem e outras capacidades. Sua teoria é dialética pois entende que a criança aprende por completo. A aprendizagem acontece como um todo: motora, cognitiva e afetivamente. A emoção é a primeira linguagem da criança. O movimento também é linguagem.


REFERÊNCIA:

SILVA, Samanta Demétrio da. Aquisição da Linguagem. WEBARTIGOS, Porto Alegre, p. 01-12, 2010.



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