domingo, 14 de outubro de 2018

Dançando na Chuva


O texto “Corporeidade: Uma complexa trama transdisciplinar, de Clézio Gonçalves, invoca em nós educadores uma reflexão necessária sobre a essencial integração de todos os sentidos no processo de construção do conhecimento e também na estrutura das nossas emoções. Fundamenta a lembrança de que a pele é nosso primeiro meio de comunicação humana e de que o tato é nosso mais eficiente protetor, sendo ao mesmo tempo, o que está em nós e o que está fora de nós e faz referência à importância dos significados cativantes e da necessidade de despertar e traduzir o sensorial de forma atraente e perceptiva. 
Nos faz refletir sobre o que fazemos para tornar material a corporeidade sensível no sentido de respeitar a possibilidade dessa corporeidade existir, se permitir e avançar. Até que ponto incentivamos e usamos apenas a linguagem sem o corpo em nossas práticas? Será que compreendemos de fato que corpo e mente são uma unidade integral?
Falamos tanto em aprisionamento do corpo das crianças em nossas escolas, mas poucas vezes buscamos de fato alternativas que permitam novas possibilidades de permitir e libertar o corpo e a consciência de que corpo e mente não estão separados no processo de aprendizagem. Pensemos nos dias de chuva, que quase sempre são vistos por nós adultos como empecilho para o brincar. Porque não usar a chuva para descobrir e aprender novas formas de brincar na escola?
Pensando nisso, organizamos na EMEI Tio Barnabé para o Maternal 2, uma atividade na chuva. As crianças assistiram ao vídeo musical de Genne Kelly “Cantando na Chuva”, interagiram com a natureza, sentiram o vento e os pingos da chuva, dançaram e sapatearam em poças, descobriram a própria imagem refletida no espelho d’água, sentiram a temperatura da água, brincaram de nadar, de fazer ondas, de dançar na chuva e sobretudo descobriram que a chuva não impede o brincar.  Então porque não brincar e dançar na chuva?







“A consciência está rigorosamente ligada aos corpos... daquilo que está acontecendo entre o eu e o não eu. Sem um corpo não haveria este limite e portanto nada para que o sujeito estivesse consciente”. [...] “a consciência está ligada a corpos auto-interessados.” (HUMPREY, 1995, p. 221).


REFERÊNCIAS:
Corporeidade: Uma complexa trama transdisciplinar. In Gonçalves; C. J. S. Corporeidade. Revisão do Conceito. Tese de Doutorado. UNIMEP. 2005  

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