terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Fotografia e Memória Docente

                                                     
                                 
                                
           “Fotografia é memória e com ela se confunde.” (Boris Kossoy, 2001)


Memória é a capacidade de guardar nossas lembranças e experiências vividas em nossas mentes.  A fotografia é um armazenador da memória, ela preserva o passado(tempo), congela e revela lembranças. Memória tem a ver com tempo e armazenamento de informações. A memória reconstitui o passado e é indispensável para a compreensão da identidade e da história. A fotografia é um ativador e um portador da memória viva e fotografar é perpetuar a memória.

Proust considerava a memória mais importante que a vida: “Pois um acontecimento vivido é finito, ou pelo menos encerrado na espera do vivido, ao passo que o acontecimento lembrado é sem limites, porque é a apenas uma chave para tudo que veio antes e depois.” (BENJAMIN 1986, p. 37)

A memória organizada por fotos pode ser uma excelente possibilidade de aprendizagem, mas também está sujeita a manipulação intencional ou não. A fotografia é reconhecida como prova de veracidade dos fatos e também como prova incontestável, mas sabemos que a fotografia não representa apenas a realidade e a objetividade, ela também é a subjetividade do olhar de quem registra a cena. Precisamos ter em mente ainda que nossas memórias se transformam e modificam com o tempo.

Escolher fotos, tentar reconstruir momentos com detalhes, misturar sentimentos e intenções, pode criar novas possibilidades de organização de fatos e sequências de memória. Os significados e o conteúdo significante das fotos podem mudar. A veracidade dos fatos depende do subjetivo e o subjetivo pode falsear e ao mesmo tempo ser um dispositivo para a memória. Como possibilidade de aprendizagem, a memória organizada por fotos pode ser uma porta para infinitas possibilidades de registro de memória, identidade e história. 


       “Resgatar a memória e recontar a história é resignificar o olhar.”
                                                                                        (Sônia Kramer)


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