“Fotografia é memória e com ela se confunde.”
(Boris Kossoy, 2001)
Memória é a capacidade de guardar nossas lembranças
e experiências vividas em nossas mentes.
A fotografia é um armazenador da memória, ela preserva o passado(tempo),
congela e revela lembranças. Memória tem a ver com tempo e armazenamento de
informações. A memória reconstitui o passado e é indispensável para a
compreensão da identidade e da história. A fotografia é um ativador e um portador
da memória viva e fotografar é perpetuar a memória.
Proust considerava a memória mais importante que a
vida: “Pois um acontecimento vivido é finito, ou pelo menos encerrado na espera
do vivido, ao passo que o acontecimento lembrado é sem limites, porque é a
apenas uma chave para tudo que veio antes e depois.” (BENJAMIN 1986, p. 37)
A memória organizada por fotos pode ser uma
excelente possibilidade de aprendizagem, mas também está sujeita a manipulação
intencional ou não. A fotografia é reconhecida como prova de veracidade dos
fatos e também como prova incontestável, mas sabemos que a fotografia não
representa apenas a realidade e a objetividade, ela também é a subjetividade do
olhar de quem registra a cena. Precisamos ter em mente ainda que nossas
memórias se transformam e modificam com o tempo.
Escolher fotos, tentar reconstruir momentos com
detalhes, misturar sentimentos e intenções, pode criar novas possibilidades de
organização de fatos e sequências de memória. Os significados e o conteúdo
significante das fotos podem mudar. A veracidade dos fatos depende do subjetivo
e o subjetivo pode falsear e ao mesmo tempo ser um dispositivo para a memória. Como
possibilidade de aprendizagem, a memória organizada por fotos pode ser uma
porta para infinitas possibilidades de registro de memória, identidade e
história.
“Resgatar a memória e recontar a história é resignificar o olhar.”
(Sônia Kramer)
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