sexta-feira, 30 de novembro de 2018

A Emoção no Cotidiano Escolar



É fundamental que conheçamos nossos alunos para planejarmos e propormos situações de aprendizagens e que mantenhamos em mente que criança aprende tocando, vivenciando, sendo e experimentando as coisas. Para que o processo de construção de conhecimento ocorra é preciso que haja uma ponte de comunicação entre os sujeitos envolvidos nesse processo.
Essa comunicação só é possível quando se estabelece uma relação de afeto, emoção e ternura entre as partes. Isso implica em percepção e aceitação de si e do outro, de suas expressões, falas, desejos e movimentos. O texto da professora Dra. Maria Luiza Cardinale Baptista: “Emoção e Ternura: A Arte de Ensinar”, nos fala exatamente sobre isso, da relação da emoção e da ternura com a arte de ensinar. Nos acorda para a percepção do outro e da necessidade de encontrar o universo do outro.
Na rotina da Educação Infantil essa constatação fica explícita em muitos momentos, começando pelo acolhimento da criança na escola, no momento em que ela chega e na forma como a criança se despede dos pais e é recebida. Se a criança não sentir que é acolhida com carinho o dia com certeza começará com choro e revolta. Nas primeiras brincadeiras e jogos que se estabelecem em sala, mesmo antes do café da manhã entre as crianças e seus pares, seus afetos e desafetos, no que e a quem a criança aceita e rejeita. Na hora da roda e na liberdade expressão que inclui a linguagem do corpo neste momento tão importante. Na forma como as refeições são servidas às crianças, com imposições ou sugestões. No tom da fala que usamos. Nas permissões ou proibições de movimentos e falas à mesa.
Não podemos esquecer das brincadeiras do pátio e nas relações do brincar que incluem o nosso olhar sobre o brincar e a importância do afeto nesse brincar. Na hora do soninho e no respeito ao tempo e forma de cada descansar. Durante as atividades propostas e na maneira como cada criança realiza e participa do proposto. Nos momentos de higiene que incluem diferenças e diferentes relações. No respeito ou na falta dele em relação à autonomia do ser criança. Na forma como reagimos aos conflitos que surgem entre as crianças, entre nós adultos e as crianças e entre nós e nossos pares. Na consciência que devemos ter de que o olhar também fala e de que o corpo também diz e pode ser forma de prisão ou de comunicação. É portanto fundamental que nos demos conta da necessidade de dar sentido ao que fazemos.

“O que nos caracteriza e diferencia da inteligência artificial é a capacidade de emocionar-mos, de reconstruir o mundo e o conhecimento a partir dos laços afetivos que nos impactam.” (RESTREPO, 1998, p.18)

REFERÊNCIAS:
BAPTISTA, Maria Luíza Cardinale. Disciplinas Teóricas: de entulho de currículo a campo do desejo e autopoiese. In: VI FÓRUM NACIONAL DE JORNALISMO, 2003, Natal. Anais eletrônicos CD ROM.
RESTREPO, Luís Carlos. O Direito à Ternura. Rio de Janeiro: Vozes, 1998.


Nenhum comentário:

Postar um comentário