sábado, 15 de outubro de 2016

Quem tem medo de matemática

Nossa primeira aula presencial de matemática começou com uma pergunta essencial: “Quem tem medo de matemática?” A resposta nos faz pensar no que causa ou causou esse medo da matemática. Porque uma coisa é certa: Ninguém nasce com medo de matemática. Em que momento este medo nasce em quem está na escola pronto para aprender sobre as coisas do mundo? A matemática faz parte do nosso dia a dia, está em todas as coisas. Deveria ser algo natural para o aluno se interessar pelos números, mas a matemática está entre as matérias que mais causam medo nos estudantes. De que forma nós como educadores podemos tornar o ensino da matemática mais interessante e vivo para nossos alunos?
É na Educação Infantil que tudo começa. É através do lúdico, dos jogos e brincadeiras que a criança aprende. É extremamente prazeroso ver o quanto os pequenos têm em si a vontade e  o espanto das coisas da matemática. A grafia dos números é algo arbitrário e abstrato para as crianças que constroem conceitos de quantidade e números através do concreto. Os momentos de alimentação são um exemplo disso: mais, menos, muito, pouco, tudo, nada, essas noções antecedem 1,2,3,4,5,6...  Pensemos no jogo de boliche. Quando a criança conta as peças que derruba, ela raramente erra na contagem. As receitas são outra forma de aprender matemática de forma prazerosa. É essencial tornar a escrita da receita visualmente atraente para a criança memorizar o que aprendeu utilizando, por exemplo, embalagens e objetos do preparo. As músicas que cantamos na escola todos os dias também são recheadas de matemática. Já as coleções são um excelente recurso para trabalhar as classificações. Tampinhas e legos coloridos ensinam seriação...
É preciso desafiar o pensamento da criança e criar oportunidades para que ela estabeleça relações entre os objetos, comparando-os, separando-os, ordenando-os  por classificação e seriação. As crianças se interessam pela quantificação das coisas, especialmente quando é significativo para elas. O professor não pode esquecer que a criança aprende do seu jeito e por sua própria lógica. Por isso é fundamental que o professor aprenda a respeitar e interpretar essa lógica. Quem sabe um dia, quando alguém perguntar quem tem medo da matemática ninguém levante a mão. 

Referências:
KAMII, Constance. A criança e o número. Campinas: Papirus, 1984.
RANGEL, Ana Cristina S. Educação matemática e a construção do número pela criança. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.

Um comentário:

  1. Katia
    Bem interessante o que abordas, começando pela frase:Quem tem medo de matemática.
    A importância de instigar e provocar o aluna a fazer relações do mundo com a matemática.
    Tutora Luciane Machado

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