Não sou fã de questionários, mas achei muito interessante a atividade proposta na interdisciplina de Seminário Integrador IV para reavaliarmos nosso projeto e a coerência de nossas ideias dentro dele. Esse exercício nos faz refletir sobre a questão que originou nossa investigação, nossas dúvidas temporárias, nossas certezas provisórias, nosso plano de ação e a necessidade de mantermos nosso foco e objetivo, sem deixarmos de abrir possibilidades de pesquisa e encontrarmos novas respostas a partir da pergunta inicial.
Revendo dúvidas temporárias
1) Como começou a domesticação dos animais?
Essa pergunta originou o projeto. A partir dela foram surgindo todas as outras dúvidas e certezas. Não sabemos exatamente quando começou a domesticação dos animais, mas estamos revendo nossas fontes para buscar esta resposta. O mais importante é para nós é saber "como" começou essa domesticação.
2) Qual o primeiro animal domesticado pelo homem?
Essa dúvida era uma certeza para todos no início do projeto. Recentemente voltou a ser dúvida para um dos componentes do grupo. É importante que nossas pesquisas cheguem à um denominador comum porque essa relação inicial do homem com o animal é um fator determinante, não apenas para nosso projeto, mas para a história da humanidade.
3) O homem desenvolveu habilidades observando os animais?
Essa questão foi levantada por mim no grupo. O que aprendemos observando os primeiros animais pode ter iniciado o processo da domesticação e estimulado nossas habilidades humanas em todos os sentidos.
4) A domesticação dos animais é utilitária ou afetiva?
Quando falamos em domesticação dos animais, há sempre essa relação de "proveito" por parte do homem mas a relação do homem e animal evoluiu. Essa costura do tempo e da transformação ou transmutação dessa relação é importante dentro do projeto.
5) O homem domestica os animais ou os animais domesticam o homem?
Essa é uma pergunta que fiz ao grupo no sentido de provocar uma reflexão profunda sobre nosso projeto e sobre a relação homem e animal. Penso que esta pergunta pode nos levar a uma conclusão interessante sobre a pesquisa. Não vai contra a pergunta que originou o projeto, mas nos ajuda a respondê-la, trazendo para o projeto uma nova forma de ver a relação do homem com a domesticação dos animais, transformando o nosso olhar sobre essa relação.
Revendo Certezas Provisórias
1) A
domesticação dos animais iniciou na pré-história.
Pesquisas recentes apontam o início dessa relação entre homem e animal para o dobro do tempo pesquisado anteriormente (17 mil anos) para 33 mil anos. Penso que devemos fazer referência a essas pesquisas em nosso trabalho, mesmo aceitando o que já está comprovado.
2) O cão foi o primeiro animal a ser
domesticado.
Estamos discutindo isso no grupo (cão, cavalo, ovelha)... Minhas fontes pesquisadas apontam para o cão.
3) O homem desenvolveu
habilidades observando os animais.
Sim e não. Essa relação entre domesticação e interesse humano persiste, mas não se faz única. Ainda que tenhamos animais domésticos para obter companhia e carinho, onde existe afetividade existe troca.
4) O homem domestica os animais para suprir
suas necessidades.
Caminhamos lentamente para o inverso. Cada vez mais o homem questiona a sua relação com os animais e a forma como se utiliza da domesticação dos animais.
5) Os animais também domesticam o homem.
Essa relação transformada nos leva à um novo
ciclo dessa mesma relação. O animal passa a domesticar o homem no sentido de
fazê-lo perceber que não é a "espécie soberana", mas uma entre as
espécies que habitam o planeta terra.
Reavaliando nosso
plano de ação
1) Rever
e analisar nosso quadro de certezas e dúvidas, para evitar informações que se
contradizem, equivocadas ou que pouco tenham a acrescentar nas ideias centrais
pesquisadas.
É fundamental rever tudo que fizemos para concluir com nosso trabalho. Só assim evitaremos a repetição, o equívoco, a contradição.
2) Condensar dúvidas e certezas que possam ser reunidas em uma
única informação.
Condensar nossas ideias não apenas resume a informação mas torna clara estas informações. É o que chamamos no jornalismo de enxugar o texto (torná-lo limpo).
3) Rever nossas investigações passo à passo. Quem pesquisou o
que, como, onde e, sobretudo, com que objetivo.
Rever nossas intenções é fundamental, porque nossas perguntas foram surgindo mas podemos ter nos distanciado da intenção do projeto ou não deixamos clara nossa intenção.
4) Reconhecer e modificar as
fontes pesquisadas quando necessário.
Nossas fontes precisam ser confiáveis para que nosso projeto também seja.
5) Entrevistar representante de uma ONG
protetora de animais, um médico veterinário, um dono de Pet Shop, pessoas que
possuem animais de estimação, pessoas que perderam seus animais de estimação.
Essa ação é importantíssima, embora inicialmente tenha sido pensada assim, de forma tão ampla (inviabilizada depois pelo grupo), porque o relato da experiência através da fala nos aproxima das ideias e torna transparente e real o que queremos mostrar. Podemos buscar essa fala de diversas formas, sem a necessidade de ser tão ampla ou a obrigação de sermos "repórteres".
6) Evidenciar a relação do grupo e os animais de estimação na vida pessoal e no
trabalho.
Essa foi uma sugestão minha aceita pelo grupo, porque cada uma de nós tem ou teve uma relação profunda com seu animal de estimação. Nossa fala é um depoimento sobre a questão da relação homem animal.
7) Reunir todas as informações.
Reunir todas as informações recolhidas para
editar nosso material e tornar nossa pesquisa qualitativa e interessante para o
grande grupo é o nosso maior desafio. Para isso, precisamos superar nossas
diferenças de opiniões e vaidades.
"Vaidade
das vaidades. Tudo é vaidade." (Eclesiastes, capítulo 1)
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