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A proposta da interdisciplina de Seminário Integrador de analisarmos nossas postagens do blog em dupla pegou a todos de surpresa e causou muita polêmica como de costume em nossa turma. Sempre considerei a escrita e a interpretação de texto ações subjetivas antes de mais nada e tendo este olhar sobre a atividade como uma proposta invasiva e crítica de algo que não nos pertence e sobre o qual não temos propriedade suficiente para qualificar, no início, não entendi a proposta e o objetivo da atividade, não via sentido algum em uma atividade que para mim tinha uma conotação mecânica do copiar e colar e estava baseada mais em quantificação do que em uma qualificação mais profunda. Para dificultar ainda mais a realização da atividade, considerei as definições das qualificações muito restritas o que limitava minha compreensão e interpretação das postagens. Só depois da primeira análise de consenso, fui capaz de compreender o porquê do exercício proposto, seu formato e sequencia de trabalho.
Destaco como pontos importantes a serem analisados
deste exercício em dupla, a questão da subjetividade da escrita, da intenção
das palavras e da leitura e interpretação desta escrita. Escrita esta, que pode
divergir em pontos importantes: o que eu quero dizer, o que o outro entende, o
que está de fato dito. Essas divergências podem revelar limitações de escrita e
de interpretação, limitações do tempo de análise dos blogs, análises
precipitadas ou mal elaboradas, conceitos e definições restritos de
qualificação, conceitos que se complementam e se confundem.
Exercitar essa percepção e diferença entre o que eu
quero dizer e sou capaz de dizer, entre o que está escrito e sou capaz de
entender, foi ao mesmo tempo, cansativo e construtivo. Nesse sentido, foi
fundamental a análise de consenso das postagens, porque bastou um segundo olhar
em dupla, para que houvesse mudança de interpretação da qualificação.
Basicamente, o exercício nos provocou uma reflexão sobre nossa escrita, nos
possibilitou ver através da própria escrita e da escrita do outro, pudemos ver nossa
escrita através do olhar do outro, nos mostrando novos ângulos e possibilidades
de escrita, revelando nessa troca de olhares, o quanto evoluímos em nosso
processo de escrita e o longo caminho que ainda temos que percorrer para
melhorar e qualificar o que escrevemos e registramos no blog. A escrita reflexiva é fruto de exercício:
"O pensamento reflexivo é uma capacidade, como tal não desabrocha espontaneamente, mas pode se desenvolver-se. Para isso tem de ser cultivado e requer condições favoráveis para o seu desabrochar," (ALARCÃO, 1996, p. 9)
"O pensamento reflexivo é uma capacidade, como tal não desabrocha espontaneamente, mas pode se desenvolver-se. Para isso tem de ser cultivado e requer condições favoráveis para o seu desabrochar," (ALARCÃO, 1996, p. 9)
Referências:
ALARCÃO. Isabel. Professores
reflexivos em uma escola reflexiva. Ed. Cortez, 2003.
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