domingo, 25 de junho de 2017

Conselho Escolar Teoria e Realidade

                                  
                                 Ocupar o espaço que nos pertence é fazer democracia

A democracia na escola tem sido um tema recorrente em nossas aprendizagens neste semestre e é importante que seja assim. Falar sobre gestão democrática e o processo que envolve e nos cabe nessa construção é fundamental para que a democracia se torne real em nossas escolas. Essa troca de ideias, vivências e realidades múltiplas do grupo em escolas tão diversas nos aproximam e nos fazem capazes de perceber o que nos distancia da democracia escolar.
A distância entre aquilo que é de fato uma gestão democrática e aquilo que parece ser, é real e mais constante em nossas comunidades escolares do que gostaríamos de admitir. A legislação garante o processo por lei, mas não implementa mecanismos para tornar o processo real. O que se vê na prática, é que o conselho escolar é constituído conforme determina a lei, eleito por votação, tem um representante de cada segmento: direção, pais, alunos, professores e funcionários, mas se ocupa principalmente das questões administrativas e do uso das verbas destinadas à escola. Sobra administração e falta mobilização. Se a participação efetiva e representação concreta da comunidade na escola e no conselho escolar é revertida em igualdade, democracia e justiça nas ações, o que impede que isso se concretize?
A simples existência do conselho escolar não garante a democracia na escola. Enquanto as relações de poder e convivência escolares forem verticais não há como construir democracia, que por si só, exige igualdade e respeito mútuo para e entre os segmentos e membros da escola como participantes do processo educativo. Para reverter esta situação de mascaramento da democracia, é fundamental que o Conselho Escolar se aproprie de suas funções, objetivos e razão de existência.
Neste processo de assumir a própria identidade, todos os segmentos devem reavaliar sua participação no fazer coletivo e na tomada de decisões. Quando os segmentos se fortalecem e se estruturam, automaticamente desestabilizam o poder hierárquico, fazendo a democracia existir e acontecer na prática. Não haverá mudança efetiva, sem discussão, sem diálogo entre as partes envolvidas e sem trabalho árduo. A Escola Democrática não é um produto pronto, é construção, só pode ser construída com a participação e o fazer coletivo. Não basta querer uma escola melhor, é preciso fazer uma escola melhor e essa responsabilidade pertence “democraticamente” a todos.


Referências:

GALINA, Irene de Fátima. Texto: Espaço de Participação na Gestão Democrática da Escola pública. Universidade Estadual de Maringá, Paraná.
Vídeo Gestão em Foco: Conselho Escolar.
Ambos disponíveis em: : https://moodle.ufrgs.br/course/view.php?id=43000-acesso em 25/06/2017.

Um comentário:

  1. Katia! Infelizmente esta é uma realidade. Os colegiados são criados na ideia do "tem que ter!". Mas não percamos a esperança!
    Abraços

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