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Ocupar o espaço que nos pertence é fazer democracia
A democracia na escola tem sido um tema recorrente em nossas aprendizagens neste semestre e é importante que seja assim. Falar sobre gestão democrática e o processo que envolve e nos cabe nessa construção é fundamental para que a democracia se torne real em nossas escolas. Essa troca de ideias, vivências e realidades múltiplas do grupo em escolas tão diversas nos aproximam e nos fazem capazes de perceber o que nos distancia da democracia escolar.
A distância entre aquilo que é de fato uma gestão democrática e aquilo que parece
ser, é real e mais constante em nossas comunidades escolares do que gostaríamos
de admitir. A legislação garante o processo por lei, mas não implementa
mecanismos para tornar o processo real. O que se vê na prática, é que o
conselho escolar é constituído conforme determina a lei, eleito por votação,
tem um representante de cada segmento: direção, pais, alunos, professores e
funcionários, mas se ocupa principalmente das questões administrativas e do uso
das verbas destinadas à escola. Sobra administração e falta mobilização. Se a
participação efetiva e representação concreta da comunidade na escola e no
conselho escolar é revertida em igualdade, democracia e justiça nas ações, o
que impede que isso se concretize?
A
simples existência do conselho escolar não garante a democracia na escola.
Enquanto as relações de poder e convivência escolares forem verticais não há
como construir democracia, que por si só, exige igualdade e respeito mútuo para
e entre os segmentos e membros da escola como participantes do processo
educativo. Para reverter esta situação de mascaramento da democracia, é
fundamental que o Conselho Escolar se aproprie de suas funções, objetivos e
razão de existência.
Neste
processo de assumir a própria identidade, todos os segmentos devem reavaliar
sua participação no fazer coletivo e na tomada de decisões. Quando os segmentos
se fortalecem e se estruturam, automaticamente desestabilizam o poder
hierárquico, fazendo a democracia existir e acontecer na prática. Não haverá
mudança efetiva, sem discussão, sem diálogo entre as partes envolvidas e sem
trabalho árduo. A Escola Democrática não é um produto pronto, é construção, só
pode ser construída com a participação e o fazer coletivo. Não basta querer uma
escola melhor, é preciso fazer uma escola melhor e essa responsabilidade
pertence “democraticamente” a todos.
Referências:
GALINA, Irene de Fátima. Texto: Espaço de Participação na Gestão Democrática da Escola pública. Universidade Estadual de Maringá, Paraná.
Vídeo
Gestão em Foco: Conselho Escolar.
Katia! Infelizmente esta é uma realidade. Os colegiados são criados na ideia do "tem que ter!". Mas não percamos a esperança!
ResponderExcluirAbraços