quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Ferramenta Poética


             A postagem “Contação de História”, escrita em 30 de setembro de 2018, registra um momento muito especial vivenciado por mim na EMEI Tio Barnabé, onde trabalho há cerca de 5 anos. Na semana da criança, fui convidada para fazer uma contação de história em todas as turmas da instituição: Berçários 1 e 2, Maternais 1 e 2 e Jardins A e B. Para contemplar à todas as faixas etárias da Educação Infantil decidi escolher o livro Bruxa Bruxa venha à minha festa, de Arden Druce. Para contar a história, escolhi elementos concretos que surpreenderam as crianças. Sendo assim, o espanador de pó virou o chifre do unicórnio, meu xale eram os braços do espantalho, duas estrelas brilhantes eram os olhos da coruja...

           Este ano, fui convidada pela professora do Berçário 1, Michelle Monsú, que assistiu minha apresentação no ano passado, a contar novamente a mesma história para uma nova turma de bebês no “Sarau para Bebês”, organizado pela equipe do Berçário 1, para os bebês e suas famílias. Aceitei o convite, não apenas porque adoro contar histórias, mas porque achei inusitado um “Sarau para Bebês’. Desta vez, escolhi novos elementos para representar os personagens, uma gravata para fazer a cobra, um pedaço de tule branco para ser o fantasma, uma chaleira para o tubarão e uma espada empunhada na cabeça para o unicórnio.

                                      
                                                  Quando a gravata vira cobra

      Foi um momento poético surpreendente e inesquecível na escola. Alguns pais realmente se emocionaram, tamanho envolvimento e dos pequenos com os elementos personagens que surgiam diante deles. As crianças têm necessidade de tocar, sentir e experimentar sensações durante a contação, mas os adultos também entraram dentro da história surpreendidos pelos elementos criativos da contação.

         A contação de histórias é uma ferramenta indispensável para encantar e conquistar futuros leitores. É também o primeiro passo para que a criança encontre na leitura um espaço para relações de memórias e afetos, além das possibilidades criativas. Entre todas as ações do cotidiano que vivencio na Educação infantil, a contação de histórias é para mim a mais prazerosa. Um momento mágico, de encantamento que contagia adultos e crianças:


Chegaram ao seu coração e à sua mente, na medida exata do seu entendimento, de sua capacidade emocional, porque continham esse elemento que a fascinava, despertava o seu interesse e curiosidade, isto é, o encantamento, o fantástico, o maravilhoso, o faz de conta. (ABRAMOVICH, 1997, p. 37).


REFERÊNCIAS:

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1997.

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