quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

A percepção do outro e do mundo do outro

Na postagem A Emoção no Cotidiano Escolar, publicada em novembro de 2018, falei sobre a necessidade da emoção no cotidiano escolar. Não apenas da emoção que nos toca o coração, mas na necessidade de perceber o outro e de encontrar o universo do outro. Emocionar-se no cotidiano escolar é dar sentido ao que fazemos na escola.

É preciso olhar e ver o outro e sobretudo, criar uma ponte de comunicação com o outro. O professor precisa conhecer seu aluno para além do cognitivo. A criança vai para a escola e precisa ter alguém que a ame, em quem ela confie e que saiba respeitar sua autonomia, para que possa ser ela mesma. As crianças devem sentir que podem contar com o professor.

O professor (educador) obviamente precisa conhecer a criança. Mas deve ser conhecida não apenas na sua estrutura biofisiologica e psicossocial, mas, também, na sua interioridade afetiva, na sua necessidade de criatura que chora, ri, dorme, sofre e busca constantemente compreender o mundo que a cerca, bem como o que ela faz na escola (SALTINI,1997, p. 73).

Segundo Wallon, a emoção liga a vida orgânica à psíquica, ligando a aprendizagem ao desenvolvimento integral da pessoa. A ação da escola não se limita ao cumprimento da instrução, mas, principalmente, a função de desenvolver a personalidade da criança. “[...] A emoção deve ser entendida como uma ponte que liga a vida orgânica à psíquica [...] É o elo necessário para a compreensão da pessoa como um ente completo” (WALLON, 1963, p. 12).

REFERÊNCIAS:

GALVÃO, Izabel. Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. 18. ed. Petrópolis (RJ): Vozes, 2008.

SALTINI, Claudio J. P. Afetividade e inteligência. Rio de Janeiro: DPA, 2002.
                                               

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