Sou uma devoradora de
livros e uma contadora de histórias na escola onde trabalho. Por isso, para
mim, foi importante aprender sobre as tendências literárias
étnico-raciais. No nosso trabalho como
educadoras muitas vezes percebemos e tratamos de forma superficial o racismo,
os preconceitos e utilizamos uma maneira simplória de ver e tratar uma cultura.
Perceber isso me fez escolher com mais cuidado os livros que abordam o assunto.
E assim como descobrimos que existem vários conceitos de infância, aprendemos
também, que existem diversas formas de conceituar a infância. E mais do que
isso, a perceber a criança como um ser ativo e capaz de influir no mundo em que
vivemos de forma econômica, política e social. Um ser de quem se constroem
modelos de desenvolvimento e aprendizagens idealizados e idealizantes, que não
conseguem limitar suas potencialidades e capacidades.
Primeira Tendência: As diferenças étnico-raciais são apresentadas através de situações conflitantes que envolvem racismo e preconceitos. Durante a história, o conflito vai sendo superado,o que sugere o respeito e a aceitação do “diferente” pelo leitor que pode aprender a lidar com o preconceito.
Segunda Tendência: A trama central da história não é o conflito racial, mas a diversidade está presente na narrativa, de forma estética, cultural, ancestral... A questão racial está diluída na estética da história.
Terceira Tendência: São histórias onde a diversidade étnica e cultural é tratada como uma celebração das diferenças. A temática racial se mistura na abordagem dedicada às questões mais amplas da diversidade como um todo.
Felicidade Não Tem Cor, de Júlio Emílio Braz. O menino Fael sofre bullying por ser negro e vive isolado, até encontrar uma boneca da mesma cor que ele, Maria Mariô. A boneca é a única que o entende. Seu ídolo é Michael Jackson, que sabe a fórmula para ser branco. Boneca e menino saem em busca de um locutor da rádio que toca as músicas do cantor. O objetivo? Descobrir o endereço de Michael e sua fórmula. Para isso, Fael vai até a rádio, conhecer o famoso locutor Cid Bandalheira, que toca as músicas do ídolo de Fael, e para surpresa dele, é negro e cadeirante. A partir daí, Fael muda seu próprio jeito de ver a vida e sua cor. A história é deliciosa e ensina a lidar com o preconceito (primeira tendência).
O Colecionador De Pedras, de Prisca Agustoni: É a história do
menino Ambayê, um menino que sabia transformar os desertos. Ambayê anda pelo
caminho de terra vermelha, a procura de pedras... Um dia, ele encontra Noêmia,
que vive só e triste desde que sua tribo foi despovoada. Pelos olhos de Ambayê,
vemos não apenas a natureza da África, mas um outro olhar sobre o mundo. As
crianças vivenciam a história e começam a perceber que existem outras formas de
viver e de ser. Ambayê fala de amizade e coleciona leitores. É uma de minhas
histórias preferidas, fez parte do projeto As Aventuras do Avião Vermelho, que
fiz no Maternal 2, da EMEI Marzico em 2013. Penso que se encaixa na segunda
tendência, porque trata ainda que de forma sutil, do que acontece no continente
africano, de guerras, de solidão. Nos faz perceber a importância do “outro” e
do “ser” diferente em nossas vidas.
Tudo Bem Ser Diferente, de Todd Parr: Tudo bem ser diferente, trabalha de maneira divertida e abrangente, com assuntos da diversidade: Adoção, separação dos pais, deficiências físicas, alimentação, formas de vestir, preconceitos raciais. As crianças começam a perceber as diferenças entre elas e aprendem a lidar com essas diferenças. As crianças também adoram o colorido das ilustrações e as possibilidades para atividades são infindas... Definitivamente, terceira tendência.
http://www.reveduc.ufscar.br/index.php/reveduc/article/view/1111
Tudo Bem Ser Diferente, de Todd Parr: Tudo bem ser diferente, trabalha de maneira divertida e abrangente, com assuntos da diversidade: Adoção, separação dos pais, deficiências físicas, alimentação, formas de vestir, preconceitos raciais. As crianças começam a perceber as diferenças entre elas e aprendem a lidar com essas diferenças. As crianças também adoram o colorido das ilustrações e as possibilidades para atividades são infindas... Definitivamente, terceira tendência.
http://www.reveduc.ufscar.br/index.php/reveduc/article/view/1111
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