quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

A Infância Como Fenômeno Social

                                

A Sociologia da Infância tem como objetivo compreender o mundo pela perspectiva da criança. As crianças são agentes sociais ativos e criativos e produzem suas próprias e exclusivas culturas infantis, ao mesmo tempo, contribuem para a produção da sociedade. A infância é uma construtora social, política e econômica e não apenas um agente passivo dessa construção. Sendo assim, a criança é mais que um ser social, é uma categoria social. Ela não apenas existe, mas atua no sistema como um todo. Para estudar a infância dessa forma, é preciso uma abordagem interdisciplinar do estudo da infância, para poder ampliar o conhecimento sobre as relações entre as crianças e seus pares, suas relações com os adultos, suas competências como protagonistas de suas vidas, como agentes sociais que transformam e modificam o mundo. Porque do ponto de vista da micropolítica, do espaço local onde se relacionam e vivem as crianças, elas não falam por elas mesmas. São os pais, os professores, as escolas, os médicos que falam sobre e pelas crianças. Do ponto de vista da macropolítica, as crianças não tem opinião política, não podem ser representadas, não são porta vozes de si mesmas. Ainda assim, a criança é um agente ativo e transformador. A compreensão da infância deve ser construída por ela e não apenas sobre ela. As nove teses elaboradas pelo pesquisador dinamarquês Jeans Qvortrup, trazem os elementos necessários para a compreensão das crianças como sujeitos sociais. Se as crianças são capazes de fazer mudanças no sistema em que vivem, isso significa que se a política,a economia e a sociedade influenciam a vida das crianças, elas também são capazes de interferir e influenciar nesse sistema. O nível macro e o nível micro estão ligados o tempo todo.O que a criança faz e experencia influencia o mundo e o que acontece no mundo tem influencia sobre o viver da criança. Seria bom que em nossas práticas tivéssimos isso em mente: A criança é um ser ativo da sociedade no mundo.

Conceber a infância como construção social ou categoria estrutural promove a ideia de que ela “é uma estrutura permanente em qualquer sociedade, mesmo que seus participantes sejam regularmente repostos” (QVORTRUP, 1991, p. 12)

http://revistaeducacao.com.br/textos/0/olhares-sobre-infanciaedicao-especial-da-revista-educacao-apresenta-pesquisas-dos-279748-1.asp

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