domingo, 18 de junho de 2017

Relações horizontais na escola

                            

As relações horizontais são fundamentais na escola. É através da divisão de poder, com a participação efetiva e concreta dos diferentes segmentos: Estudantes, professores, funcionários, pais e da comunidade escolar como um todo, que o poder deixa de ser centralizado para começar a ser distribuído. É essa partilha de poder, esse “empoderamento” de todos, que caracteriza a gestão democrática. Quando se divide o poder entre os que fazem a escola, os resultados das decisões são também coletivos. É essa divisão que pode trazer a soma para todos.
O papel do gestor não deveria ser o de impedir ou dificultar a construção de um Projeto Político Pedagógico, mas sim, incentivar a participação de todos os que fazem a escola nesse processo. O gestor precisa trabalhar e facilitar a resolução de  problemas em grupo, trabalhar em equipe, com professores e colegas, ajudar a identificar as necessidades de capacitação, para uma formação de qualidade e manter a porta aberta ao diálogo. Deve ser capaz de ouvir o que os outros têm a dizer, delegar autoridade e dividir o poder. Precisa ter coragem para retratar a escola como ela realmente é, com todos os seus problemas (pedagógicos, administrativos, financeiros e de desenvolvimento pessoal), para poder planejar suas possibilidades.
A escola precisa deixar de ser um produto e passar a ser processo. Essa consciência de escola é que vai permitir priorizar objetivos, reduzir os conflitos e definir os obstáculos para tornar real a democracia e o processo participativo na escola. Para isso, a escola precisa compreender a si mesma, conhecer a realidade de sua comunidade, entender a visão de mundo dessa comunidade, respeitar as diferenças, inclusive das definições e conceitos de família e derrubar os muros que impedem as relações horizontais e coletivas na escola.
"Estruturas administrativas a serviço do poder centralizado não favorecem procedimentos democráticos. Um dos papéis das lideranças democráticas é, precisamente, superar os esquemas autoritários e propiciar tomadas de decisão de natureza dialógica. O centralismo brasileiro, contra tanto lutou Anísio Teixeira, expressa nossas tradições autoritárias e as alimenta." (Freire, 2000, p.45).

Referências:
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Indignação. Cartas Pedagógicas e Outros Escritos. Editora UNESP, São Paulo, 2000.
Nós da Educação – Vídeos de entrevista com a professoras Ilma Passos Alencastro Veiga. TV Paulo Freire. 


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