domingo, 27 de maio de 2018

Por uma pedagogia do brincar



“Somente alguém capaz de sondar a mente das crianças será capaz de educá-las.” (FREUD, 1913, p. 224)



A palestra da professora Tânia Fortuna “Sala de aula é lugar de brincar? Por uma pedagogia do brincar,” nos trouxe uma visão ampla, profunda e questionadora sobre a questão do brincar na escola. Foi um momento extremamente prazeroso como é o brincar. Não apenas pelo conteúdo proposto ou pelas brincadeiras compartilhadas, mas pela vivência e experiência com o brincar da professora Tânia, tão generosa em compartilhar conosco não apenas seus sucessos, mas sobretudo seus medos e fracassos, tornando real e próximos da nossa realidade seus apontamentos.
O brincar conjuga diferentes verbos: ganhar, perder, prever, realizar, planejar, imaginar, cooperar, colocar-se no lugar do outro. O brincar traz o fascínio e o desprezo. Fascínio da infância, da magia, do mistério da surpresa, do desafio da conquista, da satisfação, do simbolismo recriado e desprezo pela incompletude, pela incerteza, pela insatisfação. A criança se constitui  e se expressa pelo brincar. Quando a criança brinca, interage, aprende e ensina seus pares. 
Brincar é atividade fundamental e funda o humano em nós. Quando observamos nossos alunos brincando, quando organizamos e orientamos brincadeiras, interagindo e intervindo entre eles e com eles muitas vezes esquecemos que somos todos a criança que habita em nós. O brincar não é aquilo que queremos que ele seja, mas aquilo que a criança vê, sente e expressa. É através da brincadeira que a criança se constitui como sujeito, interagindo com a realidade, recriando sua realidade, transformando essa realidade a criança se desenvolve a prende, tornando-se quem é.
O conteúdo da palestra, as brincadeiras que nos foram propostas e nossas troca de experiências e saberes em momento tão rico nos convidam a refletir sobre questões importantes do brincar em nossas escolas: Como o brincar aparece na minha escola? Didatizado e desfigurado? Dependente e restritivo? Ameaçador e incapaz de novas possibilidades? Separado das atividades propostas? Como entendo e encaro o brincar das crianças na escola? O que observo? Quando devo e não devo intervir? O brincar na escola é sempre prazeroso ou está apenas associado pela criança às brincadeiras do pátio? O que a escola pode fazer para enriquecer o brincar?

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