A proposta de exercício feita na interdisciplina de Linguagem
e Educação para fazermos um esquema relacionando a brincadeira que assistimos em
vídeo e recriamos em aula, com as ideias de Piaget sobre a Epistemologia Genética
e os Estágios de Desenvolvimento, nos direcionou para um trabalho de pesquisa,
observação e reflexão sobre aquilo que vemos e percebemos, não apenas sobre a
forma de ver a construção de conhecimento elaborada por Piaget, mas sobretudo
sobre a forma como relacionamos a construção do conhecimento de nossos alunos
em suas brincadeiras e aprendizagens.
Piaget trata do desenvolvimento e da construção do
conhecimento. Epistemologia significa filosofia da ciência e genética significa
evolução para Piaget. A pergunta que permeia a pesquisa e a obra de Piaget é:
Como os homens constroem conhecimento, ou seja, como os homens passam de um
nível de conhecimento para outro? Em suas pesquisas com as crianças, ele
concluiu que o desenvolvimento das capacidades e habilidades humanas não se dá
tanto pelo acúmulo de informações, mas através da organização e da
reorganização das informações e das aprendizagens desenvolvidas. Os estágios de
desenvolvimento de Piaget representam uma lógica de desenvolvimento e capacidades:
Etapas do Desenvolvimento
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Características
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Sensório-Motora
(De 0 a 2 anos)
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Construção de esquemas de ação; Inteligência prática e sensorial.
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Pré-Operatória ou Simbólica
(De 2 a 7 anos)
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Construção de esquemas mentais, Inteligência simbólica e
representativa; Desenvolvimento da fala; Pensamento egocêntrico.
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Operatória ou Conceitual
Concreta (De 7 a 11 anos)
Formal
(De 11 anos em diante)
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Concreta: Pensamento normativo (lógico), reversível e descentrado.
Formal: Inteligência lógico abstrata (não limitada a experiências
concretas).
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São etapas que se somam. Esses estágios nos aprisionam como
organizadores e mediadores de propostas ou limitam a criança em suas
potencialidades e capacidades? Não, os estádios não precisam e não foram criados para classificar o aluno, a
indicação de idade é apenas uma aproximação e as passagens de uma fase para
outra dependem da qualidade das interações de cada um com o meio como podemos
tão bem constatar na brincadeira “Vamos passear na floresta", onde crianças de
diferentes estádios de desenvolvimento participam da mesma brincadeira, cada
uma de acordo com suas capacidades e habilidades, mas ao interagir com o outro
e com o meio avançam e reorganizam suas possibilidades e aprendizagens durante
a brincadeira utilizando a imitação, o simbolismo, a narrativa, a repetição, o
corpo, o movimento, o faz de conta.
A brincadeira também é estímulo para a criatividade, a imaginação, a memória, a aprendizagem, a estrutura psíquica, a concentração, a iniciativa e a linguagem. O brincar traduz a linguagem através da expressão de conteúdos consistentes e inconsistentes para criança e pela expressão da apreensão da realidade. Portanto, brincar é linguagem e condição para que a linguagem se desenvolva. Além disso, a brincadeira promove a autonomia, a aprendizagem e o conhecimento que são eixos do construtivismo. Como professores também precisamos nos desacomodar, nos reorganizar e nos desafiar diante do novo para que também possamos nos acomodar, organizar e ampliar nossas possibilidades de fazer e aprender.
A brincadeira também é estímulo para a criatividade, a imaginação, a memória, a aprendizagem, a estrutura psíquica, a concentração, a iniciativa e a linguagem. O brincar traduz a linguagem através da expressão de conteúdos consistentes e inconsistentes para criança e pela expressão da apreensão da realidade. Portanto, brincar é linguagem e condição para que a linguagem se desenvolva. Além disso, a brincadeira promove a autonomia, a aprendizagem e o conhecimento que são eixos do construtivismo. Como professores também precisamos nos desacomodar, nos reorganizar e nos desafiar diante do novo para que também possamos nos acomodar, organizar e ampliar nossas possibilidades de fazer e aprender.
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