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“O ato de planejar o ensino é um ato pedagógico; o ato pedagógico é um ato político; por conseguinte, o ato de planejar é um ato político.” (Rays)
Na interdisciplina de Didática Planejamento e Avaliação temos sido levadas a pensar e discutir questões importantes sobre a interdisciplinaridade, a integração curricular e o planejamento pedagógico, sempre relacionando as discussões teóricas com nossas práticas cotidianas. Ao preencher o quadro de estudos de Rays, que propõe cinco etapas para que o planejamento seja de fato um ato político, não apenas exercitamos o processo do ato de planejar, mas retomamos a consciência de que não existe neutralidade naquilo que fazemos e do planejamento e prática do ensino como ato político:
1. Escola
e realidade social: É impossível projetar sem conhecer a realidade social da comunidade
escolar. Isso não significa um planejamento inferior em qualidade de conteúdo e
proposta, mas um planejamento consciente que respeita a diversidade e as
diferentes culturas e realidades.
2, .Retrato
sociocultural do educando: Esse mapeamento da turma é fundamental no meu
trabalho de planejamento, elaboração e execução do projeto. Estamos sempre
estruturando, refazendo e recriando nosso projeto apoiados nas especificidades
da turma.
3. Objetivos de ensino-aprendizagem e conteúdos de ensino:
A prática nos mostra que por mais que planejemos a aprendizagem, o planejamento
é algo vivo e se modifica de acordo com o interesse das crianças. Se o proposto
não tiver significado para a criança, ela perde o interesse rapidamente e o
projeto naufraga.
4. Procedimentos
de ensino-aprendizagem: Verbos importantes para conjugar nessa variável: Desiquilibrar, recriar, desafiar, elaborar. É a busca e a
organização de caminhos, de metodologias de trabalho que visam promover
concretamente a aprendizagem dos conteúdos. Não existe procedimento ou técnica
de ensino pré-fabricados milagrosos. É necessária não só a assimilação do
saber, mas também a apropriação crítica do conhecimento.
5. Avaliação da Aprendizagem: É importante substituir "cultura da
nota" pela cultura da aprendizagem concreta. Na educação infantil a avaliação não tem
como objetivo medir o conhecimento do aluno, mas é um registro de seu percurso
de aprendizagem.
REFERÊNCIAS:
RAYS,
O. A. Planejamento de ensino: um ato
político-pedagógico. Cadernos didáticos: Curso de Pós-Graduação em Educação/ Universidade Federal de Santa Maria/ RS, 1989.
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