quarta-feira, 15 de novembro de 2017

À Sombra Desta Mangueira

                                            
À Sombra Desta Mangueira: Uma Reflexão Sobre Dialogicidade

"...Os educadores verdadeiramente democráticos não estão - são dialógicos."
                                                                                               (Paulo Freire)

                                                                


O trecho do livro “A Sombra Da Mangueira”, de Paulo Freire, proposto pela interdisciplina de Filosofia na Educação, nos fala o conceito de Dialogicidade de forma mais intensa e significante: Na relação dialógica como prática da vida humana e democracia e também do diálogo como uma exigência epistemológica, o que nos leva a refletir sobre a distância entre as práticas educativas e o exercício da curiosidade epistemológica.
E porque o mestre Paulo Freire evidencia esse conceito prático de existência humana e educação? Porque educação é busca, inquietação e curiosidade. Ser curioso faz com que aprender seja buscar respostas e é nessa busca que os conhecimentos podem ser adquiridos. Sem curiosidade não há busca e sem busca pelas respostas às suas dúvidas, o aprendizado do aluno não é efetivo, não acontece de fato, não se concretiza como algo realmente adquirido.
É através do diálogo que o professor consegue despertar o sentido do interesse pelas coisas do mundo. Esta dialogicidade independe da política, pois dialogar é antes de tudo humano e opção democrática de quem educa. Como se dá então, essa relação dialógica entre professor e aluno? A raiz da dialogicidade se encontra e se alicerça no diálogo, em seu sentido mais amplo: Na relação do eu com o outro e na relação que estabeleço comigo mesmo. Pensar assim é afastar-se da educação autoritária.
Se o professor opta pelo autoritarismo e pela educação tecnicista o que importa não é a busca, mas os resultados obtidos através de velhas formas de ensinar, de avaliar e dos conteúdos decorados. Este professor mata o desejo de saber e aprender impedindo a aprendizagem em sua plenitude. Nessa educação pronta, plastificada, sem possibilidade de pergunta, de criatividade, de senso crítico e de possibilidades não cabe a democracia.
Dialogar é abrir uma porta de comunicação e manter a porta aberta durante o processo educativo porque aprender é troca de saberes. Na educação dialógica, o conhecimento é construído por alunos e educadores. Essa relação de aprendizagem construída de forma coletiva soma os saberes do aprendiz e do mestre. Essa compreensão do mundo pelo outro e com o outro, expressa uma forma de ver e compreender o mundo de forma mais plena, dinâmica real e sensível, tornando possível a construção de um mundo onde a educação, a esperança e a liberdade caminhem juntas como professor e aluno.

REFERÊNCIAS:

FREIRE, Paulo. À Sombra Desta Mangueira. Editora Olho d’ Água. São Paulo, Fevereiro, 2000.

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