À Sombra Desta Mangueira: Uma
Reflexão Sobre Dialogicidade
"...Os educadores verdadeiramente democráticos não estão - são dialógicos."
(Paulo Freire)
O
trecho do livro “A Sombra Da Mangueira”, de Paulo Freire, proposto pela
interdisciplina de Filosofia na Educação, nos fala o conceito de Dialogicidade de
forma mais intensa e significante: Na relação dialógica como prática da vida
humana e democracia e também do diálogo como uma exigência epistemológica, o
que nos leva a refletir sobre a distância entre as práticas educativas e o
exercício da curiosidade epistemológica.
E
porque o mestre Paulo Freire evidencia esse conceito prático de existência
humana e educação? Porque educação é busca, inquietação e curiosidade. Ser
curioso faz com que aprender seja buscar respostas e é nessa busca que os
conhecimentos podem ser adquiridos. Sem curiosidade não há busca e sem busca
pelas respostas às suas dúvidas, o aprendizado do aluno não é efetivo, não
acontece de fato, não se concretiza como algo realmente adquirido.
É
através do diálogo que o professor consegue despertar o sentido do interesse
pelas coisas do mundo. Esta dialogicidade independe da política, pois dialogar
é antes de tudo humano e opção democrática de quem educa. Como se dá então,
essa relação dialógica entre professor e aluno? A raiz da dialogicidade se
encontra e se alicerça no diálogo, em seu sentido mais amplo: Na relação do eu
com o outro e na relação que estabeleço comigo mesmo. Pensar assim é afastar-se
da educação autoritária.
Se
o professor opta pelo autoritarismo e pela educação tecnicista o que importa
não é a busca, mas os resultados obtidos através de velhas formas de ensinar,
de avaliar e dos conteúdos decorados. Este professor mata o desejo de saber e
aprender impedindo a aprendizagem em sua plenitude. Nessa educação pronta,
plastificada, sem possibilidade de pergunta, de criatividade, de senso crítico
e de possibilidades não cabe a democracia.
Dialogar
é abrir uma porta de comunicação e manter a porta aberta durante o processo
educativo porque aprender é troca de saberes. Na educação dialógica, o
conhecimento é construído por alunos e educadores. Essa relação de aprendizagem
construída de forma coletiva soma os saberes do aprendiz e do mestre. Essa
compreensão do mundo pelo outro e com o outro, expressa uma forma de ver e
compreender o mundo de forma mais plena, dinâmica real e sensível, tornando
possível a construção de um mundo onde a educação, a esperança e a liberdade
caminhem juntas como professor e aluno.
REFERÊNCIAS:
FREIRE,
Paulo. À Sombra Desta Mangueira.
Editora Olho d’ Água. São Paulo, Fevereiro, 2000.
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