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Nossa
última aula do curso "A constituição do Sujeito: Psicanalise e Educação", foi
ministrada no escuro pela professora Simone Bicca, mas a
falta de energia não impediu a aprendizagem e o diálogo. Começamos discutindo
sobre Édipo, neuroses, psicoses e paranóias e terminamos conversando bastante
sobre o autismo e sobre nossas relações com as diferentes situações que vivemos
e enfrentamos em nossas escolas. Não há explicação para o autismo e não há
solução mágica para o autismo. No entanto, por tudo que conversamos e
vivenciamos, por nossas experiências compartilhadas, fica claro que pode haver
um caminho, uma ponte de comunicação, que pode ser estabelecida por infinitas
maneiras e formas. Também me chama a atenção o fato de que a criança pode
estabelecer vínculo e comunicação com quem e da forma que menos se espera (objeto, animal, pessoa), o que me faz lembrar da afirmação da professora Simone sobre o
fato de que somos mais escolhidos do que escolhemos. Fiquei emocionada com o
depoimento da colega que falou sobre o aluno da chave e de como a professora usa esse recurso para comunicação e entendimento e com o caso do aluno que pensa ser Barth
Simpson e acredita estar estudando em Springfield, em que a professora não rompe esta ponte, mas entra nela. Existem diferentes casos e situações e o que vale para um, não serve
para outro, mesmo porque os sujeitos são únicos, como aprendemos constantemente
neste curso e as relações nas escolas e com nossos pares também... Assisti há muitos anos um filme sobre um garoto que estebelece uma
ponte de comunicação com um cachorro.Está disponível no you tube.
Um Amigo Inesperado
Também
pesquisando sobre filmes e autismo encontrei este documentário incrível LIFE
ANIMATED, que conta a história de Owen Suskind, um jovem autista, que tem
problemas de fala e utilizou filmes infantis da Disney para conseguir se
comunicar de um jeito que encanta. Olha aí o desenho animado usado como ponte.
Life Animated
Interessante
também é perceber como tudo o que estamos aprendendo neste semestre se
relaciona nessa aprendizagem infinita sobre a diversidade humana. A reflexão e
a sugestão de filmes se encaixam em tudo que estamos aprendendo em Educação de
Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais, interdisciplina que nos leva a
refletir sobre nosso papel como professores atuantes de inclusão que não deve e não pode ser o da passividade, mas o da possibilidade, assim como a porta de comunicação com o autista. O discurso de Owen no final do documentário "Vida Animada", mostra que não é verdade que os autistas não gostam de contato com outras pessoas, como muita gente pensa, eles só não sabem como se relacionar. Fica aqui a sugestão do filme e a proposta para reflexão de nossas práticas com a inclusão.
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