domingo, 5 de novembro de 2017

Perguntar não é responder


A interdisciplina de Desenvolvimento e Aprendizagem Sob o Enfoque de Psicologia II nos tira da nossa zona de conforto como alunas espectadoras e ouvintes para o desafio da prática do que se aprende nos bancos do PEAD. A proposta é a aplicação do Método PIAGETIANO. Estamos todas envolvidas nessa tarefa que vai nos exigir estudo e conhecimento das regras de aplicação tão conhecidas e descritas, mas nunca dominadas por completo por ninguém, nem mesmo por Piaget, posto que a criança é vida e nos surpreende a todo o instante. Não é um método para obter resultados exatos, mas para obter resultados únicos, como único é o sujeito.
Piaget (1926) nos diz que para que o método dê resultado, é preciso regulá-lo por meio de controle e por regras, que atuem na forma de fazer e interpretar a pergunta. Devemos evitar a sugestão da palavra e a regra. É necessário ao pesquisador “[...] conhecer a linguagem infantil e formular as perguntas nessa mesma linguagem [...]” (Piaget, 1945, p.15)
A forma de o pesquisador perguntar é essencial, provocando na criança a necessidade de explicar a sua resposta. Isso evita uma série mecânica de perguntas parecidas;  É importante um clima agradável, livre de interferências externas; A aplicação piloto do método para verificar a coerência do método com o objetivo; A  relação de tranquilidade estabelecida para a criança com linguagem adequada do aplicador; A quantidade de perguntas também adequadas à idade da criança; A qualidade das perguntas feitas; A precisão do problema a ser investigado pode ter variáveis que podem ajudar ou atrapalhar a pesquisa; A prática do método e a reflexão da aplicação após a apreciação de uma entrevista filmada e transcrita são fundamentais; O educador deve valorizar as respostas do sujeito e sua forma de pensar acima dos resultados.
A interferência do professor, deve ser mais estimuladora e provocadora do que direcionada a obter determinada resposta ou resultado. Mais do que perguntar neste caso, é fundamental saber “como perguntar”.  Eis aí nosso maior desafio, aprender a perguntar, pois que a pergunta não deve ser a resposta, deve ser simplesmente o que é: a pergunta. 

Referências: 
MARQUES, Tânia B. I. Método Clínico Piagetiano. Exemplo de Transcrição
MARQUES, Tânia B. I. Sobre a aplicação das  provas operatórias.

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