domingo, 30 de junho de 2019

A pergunta e o conhecimento


                                   
Uma lona branca e sobre ela uma mandala feita com dinossauros, areia colorida e pedras. O que acontece quando misturamos um assunto de profundo interesse das crianças com uma proposta diferente de brincar? O resultando com crianças pequenas é sempre surpreendente. O brincar é revelador em suas nuances e possibilidades. Não se trata apenas daquilo que sabemos, mas daquilo que as crianças já sabem, do que lhes interessa, da forma como encontram soluções e buscam respostas, da forma como são capazes de criar e recriar.
   
                                                                   
Quem trabalha com crianças pequenas sabe do fascínio que quase todas elas sentem pelos dinossauros. Elas gostam de imaginar como era um mundo que não existe e que ao mesmo tempo sabem que já existiu. São atraídas por um mundo que podem recriar e criar e por essa criaturas pré-históricas que lhes provocam curiosidade, medo e admiração, por seus nomes científicos, tamanho, forma e pelo tipo de alimentação.  O interesse pelos dinossauros é considerado um fenômeno que na Psicologia é definido como "interesses intensos": uma motivação muito forte por determinado assunto ou tópico.

                                                                 
Em dezembro de 2016, na postagem “Sobre perguntas e respostas", escrevi sobre a curiosidade das crianças e sobre a capacidade que elas têm de encontrar respostas, formular hipóteses e encontrar soluções. FREIRE nos diz que, “a pergunta é o ponto de partida para o conhecimento”. Por isso, perguntar, questionar e duvidar é tão importante. Perguntar abre uma ponte para o diálogo, para a discussão e para o entendimento. Perguntar provoca novas inquietudes, novos questionamentos. Gera conclusões, percepções, ideias, conhecimento:

                                     
                             

"Como é o nome desse dinossauro mesmo?" "É por causa dos chifres?" "Esse aí só comia folhas?" "Era um dinossauro vegetariano?"  O Rex só comia carne?" "O pescoçudo só comia folhas?" "Existia dinossauro que comia os dois? "É verdade que o dente do Rex era do tamanho de uma banana das grandes? "Tinha vulcão na era dos dinossauros?" "As mamães dinossauras cuidavam dos filhotes ou comiam eles?" "Existia criança na época dos dinossauros?" "Porque eles morreram?" "O jacaré é parente do dinossauro?"

Conforme Freire (2007, p. 86): Antes de qualquer tentativa de discussão de técnicas, de materiais, de métodos para uma aula dinâmica assim, é preciso, indispensável mesmo, que o professor se ache “repousado” no saber de que a pedra fundamental é a curiosidade do ser humano. É ela que me faz perguntar, conhecer, atuar, mais perguntar, re-conhecer.

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