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Escrever não é tarefa fácil. Requer coragem para expressar as próprias ideias. Analisar a escrita de outra pessoa é algo ainda mais difícil. Se pensarmos que o que está escrito parte da visão, da lógica e do pensamento de quem assim escreveu, parece ser inviável que outro julgue aquilo que é estritamente pessoal: O modo de ver e pensar sobre as coisas.
A
interdisciplina de Seminário Integrador nos propõe o exercício do nosso olhar
sobre a escrita do outro, ou seja, do nosso olhar sobre o olhar do outro. Ao
analisar a escrita do blog da colega Angela Nunes, qualificando e quantificando
suas postagens, fui constantemente invadida por dúvidas sobre esta qualificação
e quantificação. A postagem é descritiva, questionadora ou reflexiva?
Minha
observação ficou limitada à conceitos determinados. Tentei ser objetiva sem
deixar de tentar compreender a subjetividade dos textos. Não sei se consegui.
Não sei se fui justa em minha análise. Não sei se compreendi a profundidade dos
textos e o que eles realmente querem dizer. Para mim, a reflexão, às vezes,
pode estar num contexto, numa frase, numa pergunta. Será que o outro não se faz
compreender em sua intenção ou eu não consigo compreender o outro em minhas
próprias limitações?
Sartre
nos diz: “ O inferno são os outros”, numa referência ao olhar do outro. Ao
mesmo tempo, é pelo olhar do outro que reconhecemos a nós mesmos, com erros e
acertos. Sendo eu o outro nesse
olhar, espero não ter sido o inferno da colega Angela em minha análise. Do
contrário, terei eu roubado o significado daquilo que chamamos subjetivo:
“Os
sentimentos que tomam conta é o de exílio, de expatriação, de abandono, de
falta de identidade; sente-se o esvaziamento da liberdade [...] sente-se a morte da singularidade do ser sujeito, pois a impressão é de que o outro
rouba o significado da própria subjetividade.” (AGUIAR, 2003, p.101).
Referências:
AGUIAR, E. P. Conflito e intersubjetividade em o ser e o nada de Sartre. 2003.Dissertação
(Mestrado em Filosofia) – Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Universidade
Federal do Ceará, Fortaleza. 2003.
olá Katia,
ResponderExcluirMuito boa a tua reflexão sobre como te sentiu avaliando outra colega, com certeza não é tarefa fácil.
Att,
Tutora Rocheli