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Na interdisciplina de Organização do Ensino fundamental, pudemos assistir ao vídeo com a aula inaugural da Faculdade de Educação da UFRGS sobre as mudanças na LDBEN. Concordo plenamente com o professor Carlos Roberto Jamil Cury: “A educação é um campo de discussão, de diferentes pontos de vista, não é uma escola sem partido, é campo de divergência e divergentes, mas uma coisa é discutir a educação, debates, questionar, discordar, querer modificar, transformar, melhorar... Tudo isso faz parte e deve fazer parte no processo de evolução da educação dentro de um país, o que não pode acontecer e é exatamente o que está acontecendo, é a construção de uma educação de cima para baixo, sem a participação dos verdadeiros sujeitos da educação.
O que estamos vendo hoje em nosso país é a
antidemocracia nas questões de cidadania e nos direitos do cidadão garantidos
pela Constituição do Brasil. O que poderíamos esperar de um governo sem
legitimidade? A questão aqui, quando se trata de mexer na LDBEN, da forma como
o governo está tratando o assunto, não tem o objetivo de melhorar a educação,
mas de impor uma educação à serviço do Estado, penso que seria andar na
contramão do que se propõe uma modificação que poderia trazer benefícios. Não
acredito em um Ensino Médio desigual, que mais parece a perpetuação da
Maquinaria Escolar: Para os afortunados economicamente uma educação de
qualidade, para os desprovidos de sorte, o trabalho à serviço do poder e das
exigências do mercado econômico. Profissionalizar uma geração em que condições?
Se o barato sai caro, quem vai pagar o prejuízo? O poder de escolha dos alunos
estará restrito à inúmeros fatores que não têm como objetivo a educação. A
formação específica é uma vantagem para quem? A ausência ou deficiência da
formação geral serve a quem?
A sensação que tenho é de que estamos vivendo uma
ditatura disfarçada de democracia mascarada que tudo pode e a nós cabe
obedecer. O neoliberalismo nunca foi parceiro da educação e no Brasil hoje,
estamos vivenciando o modelo mais radical de neoliberalismo possível, quando a educação está a favor do capital e não o contrário e de uma forma abertamente discriminatória. Penso não
haver outra saída que não seja a mobilização da sociedade como um todo para
evitar o retrocesso sem precedentes na educação. Leonardo Boff nos convida no vídeo do link abaixo a uma reflexão
importante sobre a ascensão da direita em nosso mundo: “A direita não tem
sonhos e o que move uma sociedade é o sonho, a utopia, um projeto de país e de
povo.” Se estamos condenados a ter sonhos, lutemos para que eles possam tornar-se
realidade ou no mínimo para que tenhamos a consciência, de que tudo fizemos
para impedir que a educação andasse para trás em nosso país.
https://www.youtube.com/results?search_query=leonardo+boff+neoliberalismo
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