terça-feira, 30 de abril de 2019

Coma-me e Beba-me

A história de Alice no País das Maravilhas serviu de base para a a proposta que incluiu contação de história e arquitetura de jogo com miniaturas. Assim como Alice ouvia histórias ao pé da árvore, o Jardim A ouviu a história contada pela professora estagiária no corredor, raramente usado para este ou outro fim que não seja a simples passagem das crianças a transitar pelo espaço. Uma caixa de papelão pintada de amarelo com corte de uma fechadura  e o líquido azul (gelatina de tutti-frutti diluída em água) para encolher e poder entrar no País das Maravilhas foram suficientes para a essência lúdica do brincar se estabelecer. 

Estabelecida a relação lúdica com a criança, a aprendizagem acontece de forma muito mais prazerosa. As crianças adoram fazer de conta e poder entrar na história tal qual a personagem Alice o faz, tornou mais divertida a aprendizagem. O primeiro objetivo do jogo é o de ser lúdico. Com o jogo a criança aprende se divertindo, porque aprender pode e deve ser prazeroso para a criança. Quando a criança brinca ela se diverte e interage, aprende e ensina seus pares. A criança aprende brincando como já havia escrito na postagem Ludicidade e Aprendizagem, publicada neste blog em abril de 2016 e é através do exercício do brincar que a criança desenvolve suas potencialidades. O lúdico influencia e estimula o desenvolvimento da criança em todas as suas formas: desenvolvimento motor, biológico, social, cognitivo, expressivo, afetivo, emocional. É através do jogo que ela aprende a agir, sua curiosidade é estimulada e ela adquire iniciativa, autonomia e autoconfiança. A ludicidade faz parte da essência do ser humano e o jogo é a sua expressão, no qual o jogador é o protagonista. Quando brinca a criança "é".

As fotos revelam este protagonismo de forma clara em expressões de alegria, contentamento, surpresa, satisfação, descoberta, curiosidade e sobretudo de aprendizagens que foram acontecendo de forma natural, como só as crianças o sabem fazer. O  jogo que começou com posse de peças e sem parecer ter meio ou finalidade alguma, transformou-se em algo muito maior. As crianças foram formando pares para brincar, pequenos grupos e também buscavam a construção solitária. Fizeram séries de classificações: de bebês, de bolsas, de aviões, de animais, de meios de transportes, de flores: "Eu fiz uma creche. É uma escolinha só de bebês." "Animais da cidade e animais da floresta." "Eu tenho uma manada de elefantes," "Todos os meios de transporte olha que legal: carro, avião, navio, moto. " Cada construção de brincadeira parecia ser um tesouro para elas. O País de Alice tornou-se ainda mais maravilhoso com a pluralidade do brincar. Para voltar ao nosso tamanho normal tivemos que comer marsmallow, mas só um pedacinho, porque do contrário, não passaríamos pela fechadura. 

                                       


                                                                 

                                       






                                               






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