Diante da chamada
pós-modernidade, são muitos os desafios da educação. Se a sociedade pós-moderna
vive o presente absoluto onde tudo é passageiro, nossas relações humanas
e afetivas, nosso trabalho, nossa individualidade, nosso querer, nossa realidade
e nossos sonhos, não podemos simplesmente esperar que a infância seja
diferente. A criança faz parte da sociedade, faz parte desse contexto político,
social e histórico que estamos vivendo. Se vivemos numa sociedade formatada
pelo consumo midiático, imediato e efêmero, onde não há tempo sequer para
o tempo, onde não há tempo para ser pai e mãe, não há tempo para o
brincar, nem tempo suficiente para ensinar e aprender, como educar essa nova
infância que existe, está diante de nós todos os dias e não pode ,nem deve ser
ignorada. Educar a infância na pós-modernidade requer novos desafios para
os educadores. Se a mídia pode facilmente seduzir o adulto
com uma felicidade, beleza, saúde e
status ,convencendo-o do que ele pode e deve ser imagine a força
descomunal da mídia no universo infantil.
Mas a mídia não está
sozinha nessa. Estamos nessa juntos:
Família escola, governo,sociedade e também os meios de comunicação. E enquanto
culpamos uns aos outros por essa infância pós- moderna, deixamos de pensar no
que podemos fazer para educar essa criança da pós-modernidade. Quando se fala
em educar a criança, um dos maiores erros que podemos cometer está na falta de
planejamento e para haver planejamento é preciso observar a criança. O que a
criança faz, o que ela
pensa, do que gosta, o que gostaria de aprender, qual é o universo dessa
criança. Não pode haver educação sem observação. Ensinar requer humildade. Não
apenas para aceitar a realidade como ela é, mas para poder entender essa
realidade, trabalhar com ela e através dela. Educar a infância na
pós-modernidade exige que rompamos os muros da escola e nossos muros internos. A criança que está na escola,
não está ali sozinha. Junto com ela está a família, a comunidade em que vive,
suas crenças, sua moradia, seu lazer, o que come, o seu brincar, suas angústias
e alegrias.
Ao invés de pensar
no poder da mídia, a educação precisa pensar no poder que tem sobre à infância.
As crianças passam grande parte desse seu “tempo sem tempo” na escola. Então,
porque não repensar o tempo e o proposto nas atividades escolares?
A educação hoje não pode ser dominante, precisa aprender para poder ensinar.
Precisa parar de buscar o êxito o escolar e repensar a forma de ensinar. Se
queremos uma criança aberta à todas as possibilidades de aprendizagem, uma
criança que não apenas repita e se adapteao mundo adulto, uma criança
capaz de pensar, criar e recriar o mundo, uma criança que possa exercer seu
brincar livre de rótulos e fórmulas, uma criança que possa“ser” criança, precisamos
continuamente, nos questionar sobre o que estamos fazendo e o que podemos fazer
para isso. O maior desafio da educação não é o de mudar o mundo, mas de mudar
seu próprio mundo.
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