terça-feira, 27 de outubro de 2015

O Labirinto Interno da Sexualidade


A sexologia tem a ver com o biológico, com sexo ligado ao instinto de procriação. A sexualidade vai mais fundo. Sexualidade tem a ver com energia, uma energia sexual que não está só no genital. É mais do que físico, está pulsante dentro de nós, viva o tempo todo. Essa pulsação é um labirinto, um caminho que nos leva para dentro de nós. E aquilo que nos parece estranho e pervertido, é um poderoso agente revelador do que somos e sentimos. Talvez por isso, a sexualidade tenha sido e ainda é algo assustador para tantos. Porque "caminhar para dentro", não é fácil. A questão da sexualidade é tão complexa, que lidar com ela exige extintos pessoais e intransferíveis: autopreservação, prevenção do sofrimento e maximização do prazer. A forma de lidar com isso, pode levar à inibição ou à repressão dos sentidos. Um dos resultados desse processo é a sublimação que reelabora a pulsão do prazer transformando-a em produção cultural. A escola poderia ser esse agente perceptivo e transformador.  Mas Freud fez, entre todas as suas observações, uma que acho fundamental para reflexão e entendimento não apenas dos pais, mas também dos educadores: “Nós nos preocupamos demais com os sintomas e muito pouco com o lugar do qual provêm. E quando criamos os filhos queremos simplesmente ser deixados em paz, queremos uma criança modelo, sem nos perguntarmos se isso é bom ou ruim para ela.” Será que nós como educadores, também não estamos querendo alunos perfeitos, crianças que só sigam na direção apontada por nós? Será que estamos conseguindo perceber a “pulsão” de cada uma delas? O que fazemos com a energia das crianças é o que realmente podemos fazer? Do que nós temos medo? Freud escreveu que a educação, a política e a psicanálise, são atividades impossíveis, pois as três lidam com a palavra. Mas é preciso interpretar o que Freud disse. O pensamento de Freud não significa que não há como exercer essas atividades. Nós educadores, sabemos que a linguagem é um poderoso instrumento para a educação. A psicanálise pode ajudar a compreender a criança, mas não substitui a educação. Escutar o que a criança diz e compreender seus anseios, conflitos, necessidades e curiosidades, pode ser revelador para nos apontar o caminho a seguir. Encontrar a saída para o "labirinto" pode estar diante de nós e está, quase sempre.

https://www.youtube.com/watch?v=k11vFj0qNw0

Um comentário:

  1. Parabéns queridona!
    Continue com as reflexões sobre tuas aprendizagens! Aponte sempre com criticidade e argumentos, como tens feito!!!
    O design do blog está lindoooooo!!!

    Avante!!!
    Abraços
    Tutora Paty

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