“Por trás da mão que pega o lápis, dos olhos que olham, dos ouvidos que escutam, há uma criança que pensa.” Emília Ferreiro
Tive a oportunidade de conhecer as ideias de Emília Ferreiro, quando fiz meu curso de Magistério no Emílio Meyer, em 2012 e 2013. A Psicogênese da Língua Escrita é mais do que um processo de como a escrita se constitui num objeto de conhecimento para a criança. É uma mudança radical sobre a questão mais importante da alfabetização. A pergunta: “Como alfabetizar as crianças?”Deixou de ser a mais importante, para dar espaço à outra pergunta: “Como as crianças aprendem?”A criança é vista, a partir dessa mudança, como centro e agente do processo de aprendizagem. Passa a ser sujeito ativo e inteligente desse processo. As ideias de Emília Ferreiro provocaram uma revolução alfabetizadora. A alfabetização tradicional dá um peso muito grande ao exterior da escrita e deixa de lado as características conceituais dessa escrita. Assim, o contato com a organização da escrita vai sendo adiado para quando a criança for capaz de ler palavras isoladas, quando as relações que a criança estabelece com textos inteiros são enriquecedoras desde o início. A escrita é um objeto de conhecimento, levando em consideração, as tentativas individuais infantis, a interação, o aspecto social, onde a alfabetização é um processo discursivo. A criança aprende por sua própria lógica. Sou no meu dia a dia, uma testemunha ocular, de como o ambiente pode incentivar ou prejudicar o processo de alfabetização. Um ambiente alfabetizador desperta, valoriza e estimula a curiosidade e o aprendizado da criança. Nos faz refletir sobre a questão de não haver déficits, mas oportunidades e no quanto é importante levar em consideração o conhecimento trazido pela criança.